Representantes da cadeia produtiva participaram nesta quarta-feira, 29, da 69ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco. O encontro, em formato híbrido, foi liderado pelo presidente da entidade, Romeu Schneider. O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, que também é vice-presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), também participou da reunião.
A realização da 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, agendada para ocorrer entre os dias 20 e 25 de novembro, no Panamá, foi um dos temas abordados.
O evento internacional terá sequência com a terceira edição da Reunião das Partes do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco (MOP3), que ocorrerá entre os dias 27 a 30 de novembro.
O executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) e consultor técnico da Câmara, Giuseppe Lobo, informou que ficou definida, em encontro durante a e 21ª Expoagro Afubra, a elaboração de um documento para a Câmara Setorial encaminhar ao Ministério da Agricultura, com dados da relevância econômica e social do tabaco para os municípios e para as famílias produtoras.
Relevância econômica
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, apresentou a estimativa de produção para a safra 2022/23, ainda em andamento. O último levantamento apontou que o tabaco é cultivado em 488 municípios e a safra 2021/2022 rendeu R$ 9,5 bilhões de receita aos mais de 128 mil produtores. A estimativa apresentada por ele é de crescimento, com receita que pode superar os R$ 11 bilhões aos produtores. “Ainda precisamos aguardar para confirmar esses números, considerando que a comercialização ainda está em andamento”, comentou Werner.
O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, apresentou um panorama sobre as exportações. Segundo ele, os resultados de 2022 ficaram acima da média histórica dos últimos oito anos. “A média de exportações de tabaco pelo Brasil nos últimos oito anos foi de 504 mil toneladas e US$ 2,010 bilhões. O ano de 2022 foi, portanto, acima da média, com 585 mil toneladas. Esse comparativo histórico demonstra uma boa estabilidade no mercado externo e a representatividade do Brasil que é responsável por mais de 20% dos negócios no mercado global de tabaco. O país, aliás, é líder em exportações de tabaco desde 1993”, destacou.
Mercado ilegal
O representante do Sindicato da Indústria do Tabaco do Estado da Bahia (SindiTabaco-BA), Fernando Teixeira, apresentou números e a preocupação com o mercado ilegal do charuto, que está em 67%. “No mercado do charuto o problema é a falsificação das marcas, tanto do charuto cubano quanto do nacional. Os efeitos do mercado ilegal sãos sentidos por todo o setor”, disse Teixeira, solicitando o retorno do Grupo de Trabalho que trata sobre o mercado ilegal. Ele ainda destacou a alta tributação, no Brasil, sobre o charuto, o que também é determinante para o aumento do consumo do charuto ilegal.
Schneider lembrou que o mercado ilegal, tanto do cigarro quanto do charuto, por praticar valores de venda mais baixos, são atrativos para consumo, inclusive, de menores de idade. “A altíssima tributação do produto legal abre espaço para o ilegal; quanto maior a tributação, melhor para o contrabando”, finalizou o presidente da Câmara.
Agenda
Os próximos encontros da Câmara Setorial do Tabaco estão previstos para os dias 13 de julho e 31 de outubro.