Denunciados pela morte de Laércio Michels são condenados a 57 anos

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Sessão realizada ontem, no Tribunal do Júri de Venâncio Aires, levou ao banco dos réus três pessoas denunciadas por um crime praticado há quase 14 anos, no interior do município. Adão José Chaves, de 78 anos, Dário Schabat Machado de Oliveira, de 38 anos, e Cássio Gilberto da Rosa Ireno, de 40 anos, foram julgados pela morte de Laércio Vlademir Michels. Dário Schabat não compareceu e foi julgado à revelia. Os três réus foram condenados, no total, a 57 anos de reclusão.

O crime pelo qual respondiam foi praticado na noite do dia 30 de dezembro de 2008, em Vila Palanque. A denúncia do Ministério Público (MP) refere que a morte foi motivada por desacertos financeiros entre Chaves e Michels, que eram vizinhos. “Está comprovado que o Adão Chaves pagou R$ 4 mil para que o Laércio Michels fosse morto”, assegurou o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto.

A vítima foi morta na rua, quase em frente à sua casa, após ser atingida por cinco tiros. Ainda conforme a denúncia, Dário Schabat foi quem desferiu os tiros, sendo dois deles no crânio, de trás para a frente, provocando morte.

Depoimentos

Os três réus sempre negaram envolvimento no crime. Em plenário, Chaves confirmou que era inimigo de Michels, mas negou que tenha mandado matá-lo. Cássio Ireno alegou que na noite do fato estava trabalhando, mesmo que o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto tenha levado provas ao conhecimento dos jurados de que naquela noite ele faltou ao trabalho.

Dário Schabat, em depoimento gravado durante uma audiência, alegou que naquele dia estava preso. Pedro Porto mostrou em documentos que ele possuía uma saída autorizada, podendo sair do presídio no dia 29 de dezembro, um dia antes do crime.

A defesa de Dário Schabat e de Cássio Ireno foi feita pela defensora pública Luciana Artus Schneider. Ela sustentou a tese de negativa de autoria. Já o criminalista Ezequiel Vetoretti, defensor de Chaves, mostrou provas de que seu cliente não mandou matar o vizinho. Sobre os saques feitos em sua conta bancária e que segundo o MP comprovariam o pagamento aos executores do crime, Vetoretti apresentou movimentações financeiras de Chaves, confirmando que os saques de alto valor era corriqueiros.

O corpo de jurados foi formado por cinco mulheres e dois homens. Às 18h57min o juiz João Francisco Goulart Borges começou ler as sentenças. Chaves, considerado mentor do crime, foi condenado a 17 anos de reclusão; Dário Schabat, apontado como autor dos cinco tiros, foi sentenciado a 22 anos; e Cássio Ireno, que acompanhou Dário, levou 18 anos. Os três receberam o direito de recorrer em liberdade.

A denúncia

• A denúncia do Ministério Público refere que a morte foi motivada por desacertos financeiros entre Adão José Chaves e Laércio Vlademir Michels, que eram vizinhos. Por isso, o réu contratou Leandro Roberto Schwants (já falecido) para dar cabo da vida de Michels, lhe pagando R$ 4 mil.

• Segundo o MP, Schwants, que já tinha histórico de intermediar assassinatos, contratou Dário Schabat Machado de Oliveira e Cássio Gilberto da Rosa Ireno para executar o plano. Na noite do crime, a dupla foi até a localidade, simulou que havia acontecido uma pane no veículo (que era conduzido por Cássio) e foi até a casa de Michels pedir ajuda, sendo atendidos pela esposa e a filha da vítima.

• Michels se pronficiou a ajudar e acompanhou a dupla até a estrada, onde foi atingido por cinco tiros, sendo dois na parte de trás da cabeça, morrendo no local. Conforme a denúncia, os tiros foram disparados por Dário Schabat.

• Na denúncia encaminhada pelo promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, ele refere que os álibis dos executores foram desmentidos. “Um deles disse que estava preso, mas estava de saída do presídio, e o outro disse que estava trabalhando, mas seu cartão ponto demonstrou que ele faltou ao serviço no dia do crime”, revelou.

• Ainda conforme a denúncia, saques praticados na conta de Chaves, dias antes do crime, confirmam que ele retirou os R$ 4 mil para pagar pela execução.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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