Domingo de eleições na Venezuela e ato público na região central de Venâncio Aires

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Neste domingo, 28, cerca de 21 milhões de venezuelanos vão às urnas para eleger quem vai governar o país entre 2025 e 2031. O atual presidente, Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013, e mais nove candidatos disputam o cargo. O principal candidato da oposição é Edmundo González.

Em Venâncio Aires, onde cerca de 1,3 mil venezuelanos residem, um ato público está programado para a tarde deste domingo, data da eleição nacional, no Centro do município. Na tarde desta sexta-feira, 26, a Folha do Mate recebeu quatro venezuelanos que integram o grupo que está se mobilizando para o evento. Todos defendem o fim do governo de Nicolás Maduro. Conforme Rudy Jesús Arciniegas, 31 anos, a concentração ocorrerá às 16h, na Praça Coronel Thomaz Pereira, mais conhecida como Praça da Matriz. Os interessados em participar são convidados a vestirem camiseta branca e a portarem bandeiras do país. “Faremos um momento de oração, que é a nossa única ferramenta neste momento. Temos fé de que a mudança pode acontecer. Isso que temos hoje não é um governo, é uma ditadura”, desabafou Arciniegas, que mora há quase dois anos na Capital do Chimarrão. A execução do hino nacional do país também marcará o ato. “É um momento de oração para pedir pelo nosso país, que está passando por um momento de luta. Queremos que nosso povo tenha plena liberdade”, defende Roxana Gamboa, 52 anos, que reside há oito anos no Brasil e desde 2020 em Venâncio.

A jovem Maria Del Carmen Perez, 22 anos, lamenta a corrupção no país e falou do desejo de, um dia, voltar a morar na Venezuela, se Maduro sair do poder. Ela acredita que se a mudança ocorrer, a maioria dos venezuelanos retornará ao país – que é dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Luis Suárez, 34 anos, também espera um novo rumo na história política do país. “Hoje o salário mínimo na Venezuela é de menos de 4 dólares mensais (em torno de R$ 20). Não é possível viver com isso por mês”, lamentou o promotor de eventos.

Sistema eleitoral

Na Venezuela, para votar o eleitor apresenta a identidade e faz o reconhecimento biométrico por meio da impressão digital. Em seguida, computa o voto em uma urna eletrônica. Depois, o voto é impresso em papel e o eleitor pode conferir se ele está correto. No final, ele deposita o voto impresso em outra urna.

Os votos computados eletronicamente são enviados por sistema – sem conexão com a internet – para uma central que totaliza os votos. Posteriormente, é feita uma verificação, por amostragem, para saber se os votos na urna eletrônica são os mesmos depositados, em papel, na urna que fica ao lado da máquina.

Conforme divulgado pelo portal Agência Brasil, dos quase 8 milhões de venezuelanos que emigraram na última década para diferentes países, mais da metade tem idade para votar, no entanto, conforme números da autoridade eleitoral do país, pouco menos de 68 mil estão registrados para votar no exterior.

Cenário

  • Esta é a primeira eleição, desde 2015, em que toda a oposição aceitou participar do pleito. Desde 2017, os principais partidos de oposição vinham boicotando as eleições nacionais.
  • A Venezuela enfrenta um bloqueio financeiro e comercial pelo menos desde 2017, quando potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia passaram a não reconhecer a legitimidade do governo Maduro.
  • O país vizinho também passou por grave crise econômica, com hiperinflação e perda de cerca de 75% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), o que resultou na migração de milhões de pessoas.

Fonte: Agência Brasil



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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