Duplicação da RSC-287, entre Venâncio Aires e Santa Cruz, deve começar até setembro

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Uma das maiores reivindicações de usuários da RSC-287 está muito perto de virar realidade. Deve começar, até setembro de 2023, a duplicação da rodovia entre Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul. A informação foi confirmada por Renato Bortoletti, diretor-geral da Concessionária Rota de Santa Maria, do Grupo Sacyr. Ele conversou com a imprensa regional na terça-feira, 14, em evento junto ao Posto Chama, em Venâncio.

A duplicação abrangerá 30 quilômetros de trecho rural, entre os quilômetros 68 (Venâncio) e 98 (Santa Cruz). Os valores necessários não foram revelados. Antes disso, em junho, a concessionária planeja iniciar a duplicação de outros trechos – km 28 a km 30 (Tabaí), e do km 102 a km 105 (Santa Cruz). Pelo contrato, se estabeleceu que a duplicação deveria partir do ‘ano 3’ da concessão, ou seja, teria que sair do papel entre 2024 e 2025, mas será antecipada.

Renato Bortoletti, diretor-geral da Concessionária Rota de Santa Maria, detalhou o cronograma de obras para a imprensa regional, na última terça-feira (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

“Nós já construímos duas plantas industriais e uma planta de britagem, para disponibilizar estrutura e material. Tudo que vamos utilizar já está sendo fabricado, então conseguimos uma antecipação desse projeto, para contemplar essa região que tem um alto tráfego”, destacou Bortoletti.

Viaduto

Ainda em Venâncio, outra obra de grande proporção deve movimentar a rodovia até o fim deste ano. Conforme Renato Bortoletti, será construído um viaduto, abrangendo o atual trevo de acesso à cidade e o entroncamento com a RSC-453. O projeto deve ser apresentado em três meses, mas o diretor-geral da Rota de Santa Maria já adiantou parte da estrutura: quem vier de Lajeado passa por cima da RSC-287 e segue livre para Porto Alegre; ou, por baixo, para seguir a Santa Cruz.

O objetivo é iniciar a obra no fim de 2023 e terminar em 2025. “Primeiro temos as obras laterais, como de retirada de vegetação, ver o zoneamento e definir os pontos de desocupação ou desapropriação.” Sobre esses limites, aliás, Renato Bortoletti diz que a localização da empresa Marasca, por exemplo, não vai gerar problema. “Conversamos com a empresa, mostramos nosso projeto de engenharia e só vamos trabalhar um pouco na lateral. Mas não terá problema nenhum.”

Para atender a normas de segurança, entre as vias duplicadas haverá uma barreira central.

Duplicação no trecho de Venâncio começará no km 68, em Vila Estância Nova (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Faixa de domínio

Em paralelo às obras, a concessionária diz que um dos maiores desafios ao longo de 2023 está relacionado à faixa de domínio. De acordo com o relatório apresentado, são mais 2,4 mil acessos irregulares. Será preciso regularizar, por exemplo, redes elétricas e hidráulicas, zonas de cultivos, obstrução de cursos hídricos e material de publicidade.

Além disso, desde o início da concessão, em setembro de 2021, o grupo já precisou mexer em cerca de 30 acessos de estradas vicinais ou secundárias à rodovia. Segundo Renato Bortoletti, alguns acessos municipais e particulares tinham pontos cegos ou em regiões de curva.

O que mais está previsto para 2023/24

Conforme o cronograma de obras, a Rota de Santa Maria informou que 2023 será um ano com muitas obras de tecnologia. Entre elas, a instalação de 21 pontos de Sistema de Análise de Tráfego (SAT), mais câmaras de videomonitoramento para que não haja nenhum ponto cego ao longo do trecho, estação meteorológica e 18 faixas sendo monitoradas por radares.

Assim que houver o início da duplicação, a expectativa da concessionária é de que os Municípios sejam parceiros para construir faixas marginais, em paralelo à rodovia, já que há muitos trechos residenciais. Além disso, estão previstas obras de terceiras faixas em pontos de subida, principalmente na região de Santa Maria.

Até 2024, a Rota de Santa Maria planeja instalar uma balança no quilômetro 38, em Taquari. Esse posto de pesagem será nos dois sentidos da 287. O equipamento vai ajudar a fiscalizar o excesso de peso em caminhões, apontado como um dos causadores por danificar rapidamente o asfalto.

Intervenções profundas na base do asfalto

Desde setembro de 2021, quando começou a concessão de 204,5 quilômetros entre Tabaí e Santa Maria, a Rota de Santa Maria investiu em praças de pedágios, maior sinalização e desobstrução de sistemas de drenagem. Mas uma das maiores queixas, ainda, dos usuários, diz respeito à durabilidade do asfalto.

Um dos pontos com mais problemas no asfalto fica na Estância Nova, como no km 71 (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Sobre isso, o diretor-geral, Renato Bortoletti, não detalhou valores, mas disse que houve três vezes mais investimentos em melhoramento de asfalto do que estava previsto no primeiro ano de contrato. “Quando fizemos alguma recuperação, há trechos que precisamos entrar na sub-base da estrada e muitas vezes até o material argiloso está com problema e tem que ser substituído. São obras que vão demandar paciência dos usuários, porque vamos ter que fazer intervenções que vão demorar dias.”

Como exemplo, ele citou a região de Venâncio Aires, principalmente entre o trevo e Vila Mariante, que sofre, historicamente, pelo alto tráfego, mas também por problemas profundos na rodovia relacionados à falta de drenagem.

R$ 3 milhões – é o valor que a Rota de Santa Maria já repassou em Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) às Prefeituras da região, com base na circulação de veículos nas praças de pedágio. O montante é dividido conforme a quantidade de quilômetros da RSC-287 que ‘corta’ cada município. Venâncio Aires, com 17%, e Candelária, com 12%, concentram as maiores fatias.

15 mil – é o número de atendimentos já realizados através do 0800-1000-287, contato para usuários acionarem guincho e ambulância, por exemplo. Mais de 40% foram pedidos de informações.

Pedágios

• Das cinco praças de pedágio no trecho de concessão, a de Vila Arlindo, em Venâncio, é a mais movimentada. São, em média, 12 mil veículos por dia. Santa Maria vem na sequência, com 9 mil.

• Renato Bortoletti também falou da importância de se aumentar o número de cabines automáticas, com o sistema automático de cobrança (TAGs), para dar maior fluidez nas pistas.

• “Hoje, a capacidade é de 200 veículos por hora na cabine ‘normal’, mas chega a 1,2 mil na automática. Para se chegar no free flow, tem que ter maior adesão ao TAG”, considera Bortoletti.

• O free flow (fluxo livre) é um sistema de livre passagem. Ao invés de praças de pedágio, antenas são instaladas em pórticos e viadutos ao longo de uma rodovia. No Brasil, a implementação começou em dezembro passado, na BR-101, entre o Rio de Janeiro e Santos.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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