Por Juan Grings e Júlia Brandenburg
“Uma vez, quando choveu bastante, chegou a marcar 40 centímetros dentro da loja. Quando chega a entrar aqui, na rua já marca um metro e meio de água. É a mesma coisa todos os anos. Quando a previsão marca muita chuva, já nos preparamos, pois sabemos que vai alagar”. Esse é o drama de Júnior Luis Heissler, 45 anos, proprietário da Centro Pneus, loja localizada na rua Jacob Becker, próxima ao estádio Edmundo Feix.
Heissler é um dos tantos venâncio-airenses que sofrem com os constantes alagamentos que acontecem sempre que a previsão sinaliza para uma grande quantidade de chuva. A mais recente ocorreu na terça-feira, 16, quando foram registrados 49 milímetros – a maior parte em poucos minutos, no final da manhã. Desta vez, o empresário conta que a água chegou até a porta do estabelecimento.
A região costuma ser uma das mais afetadas. Quem também sofre com o problema é o casal Arno e Melita Hackenhard. Ambos têm 78 anos e, há 50, residem da rua Coronel Vilanova, a uma quadra do estádio. Eles contam que, nos dias de inundação, a água entra até cerca de 30 centímetros na residência. No alagamento desta semana, não chegou a atingir a moradia, mas demorou 40 minutos para baixar na via.
Ao longo da terça-feira, diversos ouvintes entraram em contato com a reportagem do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM para enviar fotos e vídeos de pontos alagados no município. Além dos arredores do Edmundo Feix, também destacam-se outras regiões que costumam sofrer com o mesmo problema, como as ruas Reynaldo Schmaedecke, Visconde do Rio Branco, Armando Ruschel e General Osório, principalmente na região central da Capital do Chimarrão.
Prefeitura se reúne
Na tarde de terça-feira, logo após o pico da chuva, representantes do Executivo se reuniram para pensar em alternativas para amenizar os efeitos de futuras chuvaradas. O titular da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), Jorge Sbruzzi, entende que a principal causa para os bueiros não darem conta do volume de água é o lixo que entope as estruturas por onde a água deveria escoar.
“O que a Prefeitura vai fazer é abrir as bocas de lobo e fazer a limpeza de onde está obstruído. Mas, quando é uma quantidade bastante elevada, como foi a chuva de terça, é difícil que os bueiros vençam essa quantidade toda de água. A limpeza vai ser feita nos pontos mais críticos”, comentou. A limpeza, conforme a Sisp, deve utilizar caminhão hidrojato e deve ocorrer a partir das próximas semanas.
Além disso, também está prevista uma atuação de máquinas da Prefeitura para realizar limpeza nas sangas, que são outro ponto que ajuda a explicar a dificuldade que Venâncio tem no escoamento da água que vem das chuvas.
Moradores opinam
A solução para Arno e Melita Hackenhard é que o poder público construa um canal, que desemboque no arroio Castelhano. Nos fundos da casa deles passa a sanga do Cambará e, quando um acúmulo de água é registrado, ela transborda.
Os moradores também pedem que a comunidade tenha bom senso quando ocorrem alagamentos, uma vez que nessas situações é comum que muitos curiosos passem de carro por esses locais só para ver a situação da rua. “Pedimos para que as pessoas não passem com seus carros na rua, porque, com isso, a água entra dentro das casas e dos estabelecimentos”, lamentou Arno.
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