Em busca de mais rendimento, produtores realizam mais de uma safra por ano

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Nos últimos anos, o plantio antecipado do tabaco tem sido uma prática adotada por diversos produtores. Entre as principais motivações está a realização da colheita em um período de clima mais ameno, antes do pico do verão. Além disso, assim é possível fazer mais de uma safra por ano, com chance de ampliar os rendimentos. Enquanto parte do tabaco já seca na estufa e é comercializada, outras mudas crescem na lavoura.

Em Linha Duvidosa, no interior de Venâncio Aires, o casal Jones Elói Specht, 42 anos, e Margarete Cristina Kaulfuss, 42, cultivou o tabaco em três etapas, na safra 2023/24. Na metade de julho, eles plantaram 62 mil pés. Em setembro, mais 24 mil. Além disso, realizaram a safrinha, com mais 7 mil pés, em dezembro – a previsão é iniciar esta colheita no próximo mês. “Em março vamos colher a safrinha e também já começar a semear para a safra ‘do cedo’”, afirma Specht. “A gente nunca para, sempre tem uma atividade”, complementa Margarete.

Neste ano, a meta da família é plantar as mudas já em junho. “Assim conseguimos colher antes do sol quente do verão e se consegue um fumo de melhor qualidade, que é mais valorizado. Quando ficava muito quente se perdia em qualidade e a gente não recebia tão bem”, comenta o agricultor. Há cerca de três anos, eles deixaram a produção de leite para focar no tabaco, ampliando o cultivo.

De acordo com Specht, apesar de muitos produtores terem receio de testar diferentes épocas para o plantio, o resultado tem sido satisfatório para a família. “Muita gente tem medo por causa da geada, mas só uma geada muito forte que realmente vai matar. Plantando em mais de uma etapa conseguimos compensar os prejuízos por causa das condições climáticas”, observa.

Apesar de realizar sempre duas safras, ao longo dos últimos anos, o plantio em três etapas foi realizado pela primeira vez em 2023, justamente porque a produção inicial ficou abaixo do esperado, por conta da chuva e da umidade excessivas registradas. “No ano passado colhemos 900 arrobas, com 65 mil pés. Este ano se conseguir 400 arrobas já vai ser muito, porque as folhas ficaram muito finas, não têm tanta massa. A qualidade desse último ficou um pouco melhor”, analisa.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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