Em júri que durou quase 12 horas, em Venâncio, réu é condenado por homicídio

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Com o plenário completamente lotado, seis homens e uma mulher formaram o conselho de sentença que julgou, nesta segunda-feira, 27, um homicídio praticado pouco depois das 12h30min do dia 4 de abril de 2020, em Linha Tangerinas, no interior de Venâncio Aires. O advogado André Luís Ferreira respondia pela morte do cunhado Evilázio Baierle, praticada com um tiro de espingarda calibre 20. Ao final da sessão, Ferreira foi condenado a uma pena de 7 anos e seis meses de reclusão, em regime semiaberto. Ele também terá que pagar uma multa.

A sessão terminou por volta das 21, por conta dos demorados depoimentos. A primeira a depor foi a esposa da vítima e irmã do réu. Por cerca de 1h30min, ela respondeu aos questionamentos da acusação e defesa e reiterou que era muito bem tratada e tinha uma vida de luxo. “Tinha tudo dentro de casa”, referiu ao ser questionada sobre a falta de eletrodomésticos.

Outras testemunhas foram ouvidas e, por fim, já depois das 14h, o réu sentou em frente ao juiz João Francisco Goulart Borges para depor. Informado de que poderia permanecer em silêncio, Ferreira foi categórico: “Estou aqui para responder a todas as perguntas”.

Por mais de uma hora, ele deixou claro aos jurados, acusação, defesa e plateia que no dia do crime não tinha outra opção. “Ele avançou contra mim com um facão e disse que ia me picar, para mostrar quem mandava lá. Peguei a espingarda e pedi para ele parar e dei um tiro pra cima, mas não adiantou”. O segundo tiro atingiu Baierle, que caiu próximo a entrada da casa do cunhado. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu antes de receber atendimento médico. Questionado se não tinha outra opção, Ferreira foi categórico: “Se não tivesse agido daquele jeito, quem estaria chorando era o meu filho”.

A acusação trabalhou com a tese de que não existiu a legítima defesa. “A acusação buscou demonstrar aos jurados que não existiu facão, que não havia prova do facão. E, portanto, descartando a legítima defesa”, informou o advogado Rafael Staub, que atuou na assistência da acusação.

Além dele e do promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, atuaram na acusação os advogados Eduardo André de Oliveira e Daniel Figueira Tonetto. Na defesa atuaram os advogados Marco Aurélio Puentes de Souza Filho e Cícero Correa Lima. O advogado Neilton Portella participou de parte da sessão.

Os trabalhos foram presididos pelo juiz João Francisco Goulart Borges, que convocou os jurados para a sua última sessão na Comarca. Ela será realizada na quinta-feira, 30, a partir das 9h e trata de uma tentativa de feminicídio.

Informações atualizadas às 14h52min de 28 de novembro.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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