Nesta quinta-feira, 25, é comemorado o Dia da Costureira, uma profissional importante e que faz parte da nossa rotina, seja para reformas de peças de roupas ou a confecção de vestimentas do zero. Em Venâncio Aires, quem está há mais de 55 anos nesta profissão é Maria Odir Maurer, 74 anos.
A costureira, que se formou em primeiro lugar pelo curso do Serviço Social da Indústria (Sesi) em 1967, dedicou a vida à profissão e, com orgulho, conta que já costurava desde pequena. “Quando ganhava bonecas, eu fazia roupas para elas”, afirma. Na infância, quando os pais mandavam fazer roupas em uma costureira, sempre era a primeira a fazer os retoques, que, segundo ela, eram necessários para garantir uma peça de qualidade. Inclusive, Maria revela que a costura é ‘coisa de família’, já que sua avó materna e madrinha também eram costureiras de ‘mão cheia’.
Logo após se formar no curso de costureira, já começou a atuar na área e em 1977 teve seu primeiro espaço próprio. “Desde muito tempo tenho meu cantinho de trabalho e faço questão de todo ano pagar o alvará e os impostos todos em dia”, ressalta a aposentada.
No endereço que está desde 1985, na rua Berlim da Cruz, ela garante que é um bom ponto, que garante visibilidade. No espaço, a maior parte do serviço são retoques e reformas em peças já prontas, mas ela garante que já fez muita roupa. “Juntando todas as peças que já confeccionei, dava para fazer até uma exposição”, brinca ela, que já confeccionou diversos vestidos de gala, como para rainhas de festas, noivas e debutantes.
A aposentada reforça que sempre gostou de atuar na profissão. Para ela, uma boa costureira precisa ter paciência, concentração e coragem. “A prioridade é sempre o cliente, conserto as roupas até ficarem boas do jeito que a pessoa quer”, afirma Maria, que tem clientela fiel de até 30 anos de confiança.
Voluntariado
Durante a pandemia de Covid-19, Maria entrou em depressão e teve muito medo, mas, aos poucos, foi conseguindo retornar às atividades. Uma das práticas que a ajudou foi a participação no grupo Amigas da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que integra desde 2018. Os encontros ocorrem todas as quintas-feiras, na Apae, das 13h30min às 17h.
No grupo, Maria contribui costurando os produtos que as mulheres vendem em feiras e eventos de exposição para arrecadar valores para a Apae. Além disso, ela também leva alguns serviços para fazer de casa. “Já fiz muita caridade e ajudei quem não tinha condição de me pagar costuras.” Dentre os produtos feitos estão as colchas que são feitas de retalhos.
Companhia da Rádio Terra
Apesar de a profissão ser um tanto quanto solitária, Maria garante que não se sente sozinha. Um das companhias diárias é a sintonia nas ondas da 105.1, com os comunicadores da Rádio Terra FM. “A rádio é minha companhia, me divirto muito com a vovó Gegê.”
Histórias de costureira
Durante a entrevista para a Folha do Mate, Maria brincou que “costureira tem mais história que pescador”, e ela tem uma para fazer jus a este ditado. Há alguns anos, a costureira recebeu um serviço para fazer a barra de uma calça, e segundo ela, era um bom pedaço a ser tirado de ‘cada perna’. Como sempre realiza as tarefas domésticas, entre um serviço e outro, naquele dia se atrapalhou. Em vez de tirar a barra de cada perna, tirou duas vezes do mesmo lado. Com sorte, Maria percebeu a tempo, comprou o mesmo tecido em uma loja e fez uma calça totalmente nova para a cliente, que recebeu e nem percebeu. “Foram muitas histórias que me marcaram, mas essa foi muito engraçada, mas que bom que consegui reverter a situação”, reconhece.