Desde a última quinta-feira, 15, quando houve um deslizamento próximo à Santinha, a ERS-422, em Vila Deodoro, está interditada no trecho entre a Haas Madeiras e o Comercial Schulz. De acordo com o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Sid Ferreira, neste momento está sendo realizada a limpeza da via e não existe previsão de liberação no local, com análise diária dos técnicos.
Ferreira afirma que as pedras, que ainda correm risco de cair, estão sendo retiradas para garantir maior segurança na curva. “A pista ainda está com muito barro. Assim que estiver seguro, vamos lavar a pista, com ajuda dos bombeiros, para que os motoristas tenham mais segurança”, explica o secretário. Sobre as circunstâncias do desmoronamento, ele enfatiza que não tem relação com a obra de asfaltamento, pois foi liberada por técnicos e engenheiros acostumados a realizar rodovias por todo o estado. “Anos atrás, essa área já desmoronou, mesmo sem o asfalto.”
Próximos passos
Após a limpeza da pista, é projetado uma análise a partir de laudos técnicos para definir um plano de ação que reduza novos riscos de deslizamentos. Ferreira diz que, um dos projetos é a instalação de taludes em degraus (rampas laterais) utilizando as pedras que caíram, escorando na parte de baixo para amenizar qualquer queda.
“Vistoriamos outros pequenos deslizamentos, em Linha Andréas e Linha Santana, que não tinham moradias próximas. Analisamos alguns pontos, que não ocasionam perigos para os moradores, apenas pode acontecer deslizamentos sobre a estrada.”
Casa provisória
Os irmãos Marcelo Jaeger, de 38 anos, e Mauri Jaeger, de 56 anos, são os moradores do terreno que desmoronou. Apesar do susto, eles não se feriram e agora residem, provisoriamente, no prédio que era utilizado pela Brigada Militar de Vila Deodoro – a mudança foi realizada na sexta-feira, 16. Segundo Mauri, que é servidor da Prefeitura, e mora desde os 7 anos no local, nunca houve um deslizamento tão grande.

Os irmãos perderam um forno de tabaco, sucatas que vendiam, lenha e pasto seco. Além disso, um galpão, que fica próximo da residência, está comprometido. “Conseguimos salvar nossos três cachorros, as 10 galinhas e o terneiro”, lembra o agricultor Marcelo.
De acordo com ele, não houve um desabamento instantâneo e o deslizamento foi aos poucos, durante todo o dia. “Por volta da 1h da sexta-feira, começou a desabar mais e viemos para cá [Brigada Militar], apenas com os nossos documentos”, relata.
Mauri acredita que, durante a obra de asfaltamento, foi movimentado demais o barranco e aumentou as chances de desabamento. Agora, os irmãos aguardam a assistência da Prefeitura, principalmente com relação à internet e televisão.
O secretário Sid Ferreira pontua que a Prefeitura já está cuidando do atendimento da família e estuda uma indenização pelo terreno. “Para que eles possam morar em outro local com segurança e podermos trabalhar no local”, frisa.
“Sei que o importante é que estamos salvos. Mas, se for possível, eu gostaria de voltar para a nossa casa.”
MARCELO JAEGER
AGRICULTOR