Escola Alfredo Scherer oferece oficina de xadrez para os estudantes

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Concentração, silêncio e estratégia. Quem entra na sala Espaço Ciências, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Alfredo Scherer, nas terças à tarde, logo percebe que os alunos, participantes da oficina de xadrez, precisam destas habilidades. O projeto na escola começou em agosto e já colhe frutos positivos. Um deles é o estudante do 6º ano do Ensino Fundamental, Felipe Daniel Walter, de 11 anos, premiado em todos os campeonatos da modalidade que já participou.

Entre jogadas estratégicas, auxílio aos colegas e conhecimentos sobre o xadrez, Felipe conta que aprendeu a modalidade no início de 2022, olhando vídeos na internet de jogadores profissionais em campeonatos on-line. A partir disso, ‘pegou gosto’ pelo esporte e, quando teve a oportunidade de participar da oficina oferecida na escola, não pensou duas vezes. “Aprendi sozinho, mas logo comecei a praticar com meu pai e meu primo”, diz. Hoje, com o apoio dos pais, o jovem tem um tabuleiro e relógio específicos para treinos em casa, o que acontece praticamente todos os dias.

O estudante participou de quatro campeonatos neste ano e em todos foi premiado. O primeiro foi um torneio em comemoração ao aniversário de Venâncio Aires, realizado na ONG Parceiros da Esperança (Paresp), em julho, quando ficou na primeira colocação na categoria masculino e em segundo no geral. O segundo foi nos Jogos Escolares de Venâncio Aires (Jeva), na categoria mirim, quando recebeu a primeira colocação entre outros dez estudantes e foi classificado para a etapa regional. Nesta etapa ficou em primeiro lugar novamente, garantindo classificação para etapa estadual, ocorrida no dia 19 de novembro, quando ficou em segundo lugar. A expectativa de Felipe é disputar neste mês mais um torneio, que deve ser em Santa Cruz do Sul.

Para o futuro, o jovem almeja participar de mais torneios e campeonatos fora de Venâncio Aires, e o maior sonho é ser o segundo brasileiro a ganhar o Mundial de Xadrez, já que até hoje um único brasileiro conseguiu o feito. “Fiquei muito feliz quando venci os campeonatos, até contra estudantes que já treinavam o xadrez há mais tempo, vi que sou capaz”, orgulha-se. Sobre o estilo de jogo, Felipe comenta que, geralmente, é mais posicionado e aproveita os erros dos adversários para atacar. “Minha maior dificuldade é o começo do jogo, não gosto de não ter muitas possibilidades de movimentação”, argumenta.

Felipe começou a jogar xadrez no início de 2022.

Saiba mais

• A oficina de xadrez conta, atualmente, com cinco alunos e é destinada para os estudantes dos anos finais da escola (6º ao 9º anos do Ensino Fundamental).

• Semanalmente, a duração da oficina é de uma hora e meia, em uma sala da escola. Para que fosse possível a realização, o educandário adquiriu dez tabuleiros de xadrez.

Xadrez chegou com as aulas remotas

A ideia de ter uma oficina de xadrez na escola surgiu, segundo a supervisora Graziela Pacheco, nas aulas remotas dos estudantes durante a pandemia de Covid-19. Como as atividades práticas de Educação Física não eram possíveis, os jogos de tabuleiro e de mesa começaram a ser trabalhados com mais afinco e eram possibilidades para o ambiente on-line. “Quando voltamos para o presencial, surgiu essa vontade de trazer estes jogos para o nosso dia a dia.”

Além disso, o interesse dos alunos também foi despertado, principalmente, pelo estudante Felipe, conforme Graziela. “Ele contagiou os colegas para saberem mais sobre o xadrez, então fomos verificar quantos jogos tínhamos e os alunos já começaram a jogar durante os intervalos”, comenta. Para 2023, a intenção é continuar com o projeto no turno oposto e participar novamente do Jeva, em mais categorias, como a infantil e juvenil.

Na etapa municipal do Jeva, inclusive, a escola participou com três alunos que fazem parte da oficina. Além de Felipe, Murilo e João Pedro também disputaram e ficaram com a segunda e terceira colocações, respectivamente. No xadrez, o pódio foi conquistado totalmente pela Escola Alfredo Scherer, que antes nunca tinha participado da modalidade na competição.

Quem coordena o projeto, de forma voluntária, é a professora Nara Helfenstein, 60 anos. Ela explica que já esteve ligada ao xadrez também em outras escolas e recebeu o convite da supervisora para iniciar o projeto na Alfredo Scherer. “Trabalhamos as regras básicas do jogo, praticamos bastante aqui e trocamos jogadas e truques. Quando preciso, também jogo com eles. É um esporte de persistência e temos muito orgulho dos estudantes já premiados”, afirma Nara. A professora destaca que acaba aprendendo muito com os alunos também.

Murilo de 12 anos, Lívia de 14, Nara, Pedro de 13 anos e Felipe participam da oficina de xadrez.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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