Atualizado às 14h40min
Os últimos episódios de violência e chacinas em escolas do país, nos últimos dias e semanas, acenderam o alerta para a segurança dos educandários públicos e privados de todo o Brasil. Em Venâncio Aires, as escolas também já começam a se mobilizar para aumentar a proteção dos locais.
A diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Monte das Tabocas, Marinês Ferreira Weizenmann, comenta que o educandário está em contato com a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para solicitar formações aos professores, para evitar e prevenir situações de violência dentro das escolas. Ela afirma que lideranças da segurança do município também serão convidadas a darem palestras na escola aos profissionais para também alertar sobre as medidas, que envolvem pessoas de dentro ou fora do educandário. Sobre os procedimentos de segurança já seguidos pela escola, Marinês destaca que todos os corredores e o pátio possuem câmeras de segurança e a porta da entrada fica chaveada fora dos horários de entrada e saída de alunos. “Tomamos todos os cuidados, mas não temos como prevenir totalmente. Os alunos estão cada vez mais revoltados e o ambiente acaba se tornando inseguro.”
Rede privada
O Colégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida se manifestou através de assessoria de imprensa do Grupo Educacional Bom Jesus. A nota reforça que diante de qualquer suspeita será seguido o protocolo institucional Estratégias de prevenção de ataques em escolas, estabelecido em 2019. “Esse material aborda a prevenção de ataques por meio de estratégias de promoção de saúde mental e emocional, da avaliação sistematizada de ameaças, da identificação de fatores de risco, de sinais de alerta e da iminência de ataques, além da adoção de medidas, quando indicadas, como o acionamento da Polícia Militar e de outras autoridades, com o objetivo de garantir o bem-estar de nossos alunos e funcionários, mesmo em situações implausíveis, em tom de brincadeira ou que possam ser caracterizadas como trote”, diz a nota enviada.
Nesta quarta-feira, 5, após a repercussão de uma chacina em uma escola de Blumenau (SC), os pais de estudantes do Colégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida se mobilizaram em um abaixo-assinado virtual para pedir, com urgência, por mais segurança na escola. O documento on-line, que começou a coletar assinaturas às 16h da tarde de ontem, tem atualmente 185 participantes e será destinado ao presidente geral do Grupo Educacional Bom Jesus, o frei João Mannes e à diretora da unidade de Venâncio Aires, Inês Schwertner. A meta é chegar em 200 assinaturas.
O pedido dos pais e responsáveis envolve a intensificação da segurança. “Viemos por meio deste, exigir pela intensificação da segurança nos horários de entrada e saída da escola com a presença de viaturas de segurança no momento que abrem e fecham os portões. Também exigimos detectores de metais em todas as portas de entrada e saída existentes na escola. Também exigimos botões de pânico em todas as salas de aula para que se caso aconteça algo a professora possa acionar a segurança contratada que automaticamente já aciona a Brigada Militar até o local. Também solicitamos que a portaria na rua Jacob Becker fique chaveada com câmera aberta na recepção e interfone para identificação e abertura da mesma. Também solicitamos cursos para os alunos sobre como se portar em casos de incêndio, primeiros socorros e acidentes internos conforme a idade dos alunos”, cita o abaixo-assinado.
Uma das mães que assinou o documento, Bruna Mendes, 36 anos, afirma que há meses atrás já foram solicitadas medidas para mais segurança nas portas da escola, e que a equipe atendeu e já melhorou muito, mas agora os pais esperam, que os pedidos do abaixo-assinado também sejam atendidos. “Porque, às vezes, os próprios alunos podem querer fazer algo, enfim, não sabemos mais o que pode acontecer. E isso não só no Bom Jesus, mas em todas as escolas do município.” A empresária é mãe de um estudante da turma do 1º ano do Ensino Fundamental, do turno da tarde, onde a ideia de fazer o documento on-line surgiu.
O Colégio Gaspar Silveira Martins também anunciou reforço nas medidas de segurança. A diretora Alana Roos enfatiza que no educandário são mais de 20 câmeras de videomonitoramento espalhadas pela escola e de forma interna a equipe está gerenciando este cuidado com as famílias. As portas de acesso à escola permanecem, em grande parte do tempo, fechadas, o que também causa um pequeno tumulto e espera nos momentos de pico, mas as famílias estão avisadas e orientadas a serem parceiras da escola na garantia da segurança e no contato com os filhos. A diretora afirma também que a rede sinodal realizou reunião na noite da quinta-feira, 5, e juntos unem esforços para tratar sobre o tema. Alterações estruturais também estão em vista da escola para as próximas semanas e meses.
O diretor da Coopeva/Colégio Oliveira, Jair Freitag, afirma que a segurança sempre foi uma preocupação da escola. Em reunião com professores foram reforçados os cuidados na entrada e saída da escola e no momento de entregar as crianças aos pais ou responsáveis autorizados. A rotina de ingresso na escola é rigorosa e são têm acesso pessoas devidamente identificadas. Freytag enfatiza que as famílias serão comunicadas para ficarem atentar a qualquer boato ou fake news envolvendo a escola, para também avisarem a direção. Câmeras internas são usadas nos corredores, além de segurança monitorada. Além disso, o diretor explica que em sala de aula estes assuntos são trabalhados com as crianças também, como os cuidados com quem estão andando no dia a dia ou na escola e com os anos finais, sobre o uso das redes sociais, alertando as famílias a serem participativas e checar o que as crianças consomem de forma on-line.
