A velocidade, as manobras e, porque não, também as quedas, podem, de longe, podem parecer não combinar com crianças. No entanto, o projeto da escolinha de bicicross (BMX), promovido pelo Moto Clube Venâncio Aires (Mocva), busca mostrar que combinar adrenalina e juventude, é positivo para o desenvolvimento das crianças. A escolinha de BMX do Mocva conta com apoio do Programa Municipal de Incentivo ao Esporte Amador (Promiea)
As inscrições podem ser feitas diretamente com o coordenador do projeto, André Fonseca, nos dias de treinamento na pista do Parque do Chimarrão – terças e quintas, a partir das 18h30min e, no inverno, aos sábados a partir das 15h –, ou então pelo WhatsApp (51) 9587-4916. Ele afirma que a idade mínima para participar é a partir do momento em que as crianças conseguirem ter autonomia para andar de bicicleta, sem o auxílio de rodinhas ou acompanhamento e, após isso, não existe idade limite. “Para as primeiras aulas, emprestamos bicicleta e capacete. Mas pedimos que os interessados estejam vestindo roupas com mangas e calças compridas”, enfatiza.
Além da idade, não existe distinção por gênero, tanto meninas quanto meninos podem participar – atualmente, a equipe conta com duas meninas. “O foco da escolinha é a iniciação esportiva, e como as competições fazem parte da cultura do bicicross, estimulamos a participação em eventos internos e alguns externos. Mas não é obrigatório a participação”, destaca o coordenador.
Atualmente, a equipe conta com cerca de 50 pessoas, entre crianças, jovens e adultos. Fonseca afirma que ela também é composta pelos pilotos, equipe gestora e com o apoio dos familiares.
Incentivo
O papel dos pais é essencial para a confiança dos jovens atletas. Um deles, Samuel Fagundes, de 11 anos, pratica há quase dois anos, iniciou em agosto de 2021 e, atualmente, é um dos destaques, competindo em nível estadual e nacional. “Uma vez estava brincando e vi uns meninos na pista e pedi para o meu pai para começar a andar junto. Depois, um amigo me apresentou o bicicross e agora gosto bastante”, pontua o jovem.
O apoio e incentivo do pai, André Fagundes, de 38 anos, foi importante na trajetória. Segundo ele, sempre acompanhou os treinos e sentiu segurança no esporte, pois, ao contrário das rampas improvisadas nas ruas, na pista do Parque e junto ao Mocva, a segurança, com capacete e instrutores, faz toda a diferença. “As quedas acontecem, mas com a estrutura que tem, eles não se machucam com tanta frequência”, frisa o supervisor comercial.
Para Samuel, os treinos são importantes e as quedas naturais, mas sempre é preciso levantar e tentar novamente. “É um esporte para brincar, não tenho a intenção de ser o melhor do mundo, mas quem sabe um campeão gaúcho ou brasileiro.”