O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, fez o repasse, na quinta-feira, 7, de R$ 13,8 milhões aos municípios gaúchos. Os recursos são extraordinários e a medida tem como finalidade implementar e reforçar as ações de vigilância e assistência no combate à dengue e outras arboviroses, como chikungunya e zika.
O anúncio do recurso foi feito pelo governador Eduardo Leite e pela secretária de Saúde, Arita Bergmann, na Assembleia de Verão da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), em 29 de fevereiro. Inicialmente, a previsão era de que o pagamento fosse concretizado até o dia 15 de março.
Cada município foi classificado de acordo com suas populações. Serão destinados R$ 75 mil para cidades com mais de 200 mil habitantes (12 municípios), R$ 50 mil para aquelas com 50 a 200 mil habitantes (32 municípios) e R$ 25 mil para as que têm menos de 50 mil habitantes (453 municípios).
O aporte financeiro permitirá aos municípios reforçarem o atendimento aos pacientes com sintomas, com a aquisição de sais de reidratação oral, realização de coletas de hemograma nas unidades básicas de saúde, atendimento em horários estendidos ou alternativos e pagamento a profissionais, entre outras medidas. As prefeituras terão 180 dias para executar os serviços e apresentar as despesas.
O repasse reforça as ações de combate ao vetor da dengue no momento em que o Rio Grande do Sul registra um agravamento da epidemia. De acordo com o Painel da Dengue RS, na sexta-feira, 7, eram 14.973 casos confirmados no estado, com 15 óbitos. Outros 9,7 mil casos estão sendo investigados. Dos 497 municípios, 466 registram infestação de dengue.
“Neste momento, é importantíssimo que os municípios coloquem em ação os planos de contingência e organizem suas redes de atenção em saúde, bem como potencializem as ações”, explicou a diretora-adjunta do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (Dapps), Marilise Fraga de Souza. “A dengue preocupa e precisamos reforçar o foco no atendimento”, completou.
Fonte: AI Governo do RS
Como será a aplicação dos recursos na região
Dos recursos enviados pelo Governo do Estado, Venâncio Aires foi contemplado com R$ 50 mil, enquanto os municípios da microrregião, como Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde, receberam R$ 25 mil cada.
Na Capital do Chimarrão, segundo o secretário de Saúde, Tiago Quintana, o valor será utilizado em serviços de aplicação de inseticida, compra de materiais e equipamentos para os agentes de endemias, testes da doença, larvicidas biológicos e materiais de campanha de conscientização.
No momento, em Venâncio aires, são 12 casos confirmados da doença. Além disso, dois de outros municípios foram atendidos na Capital do Chimarrão. Há ainda 69 casos notificados e outros 11 estão em análise neste momento. Atuando na ação contra o mosquito são 10 agentes de endemias. Está em andamento mais um processo para contratação emergencial de agentes e, até junho, segundo o secretário, deve ocorrer mais um chamamento através de concurso público.
Quintana alerta que, neste momento, a prioridade é manter o engajamento na prevenção e no combate aos focos do mosquito para controlar os números e não pressionar o sistema de atendimento e saúde. “Pedimos para que a comunidade sempre se mantenha em alerta. Tanto para a sua propriedade quanto para auxiliar os vizinhos e familiares sobre a importância de todos fazerem sua parte. Se apenas um morador não cuidar, pode comprometer o bairro todo”, salienta.
Microrregião
Em Mato Leitão, segundo a agente de endemias Tatiana Raquel dos Santos, com a chegada dos valores, a orientação é aguardar os próximos dias para verificar a necessidade de investimento nos locais corretos, de acordo com o surgimento de casos. “Até o momento, está tudo muito tranquilo e controlado e as análises estão vindo negativadas”, afirma.
Atualmente, na Cidade das Orquídeas, são três casos positivos da doença – sem a necessidade de internação -, 30 notificações e seis aguardando resultado de análise. Tatiana explica que é a única agente de endemias do município, mas conta com a ajuda das agentes de saúde neste momento. A equipe realiza varreduras frequentes em toda a cidade e, de 14 em 14 dias, aplica larvicidas em pontos estratégicos, como cemitérios e ferros velhos.
No município de Vale Verde, de acordo com o secretário de Saúde, Gabriel Dettenborn de Mello, o Melinho, como não há casos positivos, os recursos devem ser investidos na estruturação de um microlaboratório para realização de análises. O laboratório será instalado junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) de Vale Verde. Melinho ressalta que o município já realizou campanhas no mês de dezembro, com entrega de cadernos com dicas e orientações de prevenção em todas as escolas, assim como mutirões para limpar cemitérios. Até o momento, foram realizados 11 testes rápidos – todos negativados – em Vale Verde, que tem a atuação de uma agente de endemias. Os testes estão sendo comprados pela Prefeitura e disponibilizados para a população.
Em Passo do Sobrado, segundo a agente de Vigilância em Saúde Angélica Beatriz Ammon, a ideia é usar os valores para compra de insumos, investimentos em exames, hemogramas, medicamentos e equipamentos de combate à dengue. Segundo ela, essa destinação ainda será discutida com o prefeito Edgar Thiesen e com o Conselho Municipal de Saúde. No município, não há nenhum caso confirmado de dengue e um paciente está em análise no momento. Uma agente de endemias atua na cidade.