Estudantes de Mato Leitão participam de projeto sobre educação financeira

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Desde o ano passado, estudantes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) Santo Antônio de Pádua e Ireno Bohn participam do projeto Cooperação na Ponta do Lápis, promovido pela Fundação Sicredi, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto. A iniciativa tem como objetivo trabalhar ações de educação financeira com alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

No caso dessas duas instituições de ensino, as atividades são realizadas com as turmas de 4º e 5º anos. Na Emef Santo Antônio de Pádua, por exemplo, a professora do 4º ano A, Solange Stülp, explica que as ações referentes ao programa iniciaram no início do ano, quando conteúdos sobre iniciação à educação financeira começaram a ser trabalhados.

Os exercícios são realizados em conjunto com a turma do 4º ano B, que tem o acompanhamento das professoras Rosirene Petter Quinot e Jaqueline Galvão Alves. Segundo Solange, os temas são trabalhados em sala de aula a partir de gibis disponibilizados pela Sicredi.

O primeiro livro abordou o assunto: ‘De onde vem o dinheiro?’A partir dessa pergunta, foram feitas diversas conversas de sensibilização com as crianças, que ainda aproveitaram a oportunidade para conhecer a agência da Sicredi em Mato Leitão e para receberem a visita do gerente da agência local, Mauro Stöhr.

Na prática

Em uma das atividades práticas trabalhadas com base nesse assunto, os alunos e professoras fizeram uma vaquinha. Com o valor arrecadado, os cerca de 30 estudantes e as educadoras compraram uma muda de bergamoteira, que foi plantada no pátio da escola. “Essa árvore foi um dispositivo para pensar que com pouco dinheiro se pode gerar muitos resultados”, explica a Solange.

A professora observa que a partir dessa planta frutífera foram trabalhados diversos temas, que envolveram as mais diversas disciplinas. “A ideia não é trabalhar o projeto de forma isolada, mas inserir as atividades dentro dos conteúdos que precisam ser abordados em sala de aula”, relata.

Outra etapa do projeto contemplou a realização de um orçamento familiar, que foi enviado para a casa de cada estudante, para que eles pudessem refletir, junto dos familiares, sobre as despesas e receitas. Essa atividade foi embasada pelo segundo gibi disponibilizado pela cooperativa.

Uma das atividades realizadas pelos alunos envolveu a compra de uma muda de bergamoteira, que foi plantada no pátio da escola (Foto: Divulgação)

As formas de administrar o dinheiro

A partir de agora, o projeto segue para o terceiro e último gibi, que é intitulado de ‘A recompensa de quem sabe administrar o dinheiro’. Tendo como base essa temática, as professoras Rosirene e Solange criaram uma ação que tem o intuito de ensinar aos estudantes princípios cooperativistas.

“Vamos pedir que cada um traga um valor que tem disponível para que, após uma pesquisa de preços, possamos comprar algum produto que será vendido durante um dia na escola. Assim, eles vão ter uma noção do que é fazer um investimento”, destaca Solange.

Depois que todos os itens tiverem sido vendidos, o dinheiro aplicado por criança será devolvido com um percentual de juros, que será definido entre a turma, e o lucro será dividido entre todos; “Vamos trabalhar essa proposta durante o mês de outubro. Eles vão fazer cartazes de divulgação para expor na escola e passarão nas salas das outras turmas e, assim, vão desenvolver, também, a parte de comunicação”, comenta a educadora.

“O trabalho com a educação financeira é uma forma de aprendizagem conectada com a realidade e isso é significativo para quem está envolvido no processo.”

SIMONE SILBERSCHLAG – Diretora pedagógica

Sensibilização

Para Solange, abordar informações de educação financeira em conjunto com os conteúdos de sala de aula torna o trabalho mais significativo para os alunos. “Além disso, nós temos mais tempo para pensar em ações. Trabalhando separadamente não tem como envolver o global. E os estudantes gostam muito de participar das atividades”, compartilha.

A fala da professora corrobora com a opinião da diretora pedagógica do Município, Simone Silberschlag, a respeito do trabalho com a educação financeira. Ela destaca que essa é uma possibilidade de envolver professor e estudante em um processo dinâmico de aprendizagem.

“O professor tem o desafio de envolver a temática no planejamento constituindo um projeto integrado que também envolve a família. O estudante, por sua vez, tem a oportunidade de conhecer, refletir e aprender sobre educação financeira, o que pode contribuir de forma positiva para se constituir enquanto ser humano e, quem sabe, intervir positivamente na sociedade e no mundo que vive”, ressalta.

As professoras do município, que desenvolvem o projeto Cooperação na Ponta do Lápis, participaram de capacitações na sede da Cooperativa Sicredi, em Lajeado, ministradas por professoras da Universidade do Vale do Taquari (Univates).



Taís Fortes

Taís Fortes

Repórter da Folha do Mate responsável pela microrregião (Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde) e integrante da bancada do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Terra FM

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