Estudantes de Venâncio Aires são premiados em projeto da 6ª CRE

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A 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) finalizou, no dia 8 de dezembro, o projeto Plantando Livros e Colhendo Cultura na Escola. No Memorial da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) ocorreu a solenidade de premiação dos estudantes que tiveram os trabalhos escolhidos para compor o e-book de poesias e paródias que será lançado em 2024 na plataforma Árvore de Livros.

De Venâncio Aires, foram premiados estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Professora Leontina, do bairro Santa Tecla, e da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Sebastião Jubal Junqueira, de Vila Deodoro. O projeto envolveu a temática diversidade social e cultural com enfoque na cultura afro-brasileira e na educação antirracista.

Da Escola Jubal, o aluno Daniel Haupt, do 2° ano do Ensino Médio, ficou com o primeiro lugar na categoria paródia. A professora de Língua Portuguesa, Eara Luisa Luft Henckes, explica que a atividade iniciou com a leitura da obra ‘Quando me descobri negra’, de Bianca Santana, na plataforma Árvore de Livros. “Nesta plataforma, foram inseridas questões de interpretação e análise da obra. Após lidas e revisadas, se propôs a produção de uma paródia com a temática da negritude. Como desafio, os alunos deveriam escolher uma poesia famosa e então parodiar”, esclarece.

Daniel destaca que, para produzir a paródia, já tinha um certo conhecimento sobre o assunto e aprofundou lendo notícias e informações. “Percebi que o racismo é uma parte triste de nossa história e está enraizado em nossa sociedade, persistindo até os dias atuais”, lamenta. A paródia, segundo ele, aborda as disparidades existentes entre as pessoas e os desafios e injustiças presentes na sociedade.

Paródia: O manto do branqueamento

Atualmente me deparo com a realidade cruel,
Ao ler livros com clareza e atenção,
A história entrelaçada de dor e luta,
Revelando a história do branqueamento com tristeza e ódio.

A pele negra, tão bonita e tão forte,
É alvo da busca pela padronização,
Do branqueamento, muito malvado,
Que tenta apagar a identificação.

A história é um espelho da sociedade,
Reflete a tristeza de um sistema doente,
Que prega a superioridade e a exclusão,
Em um ciclo de opressão e maldade.

Mas na escrita, encontro a resistência,
E a voz que está em todas as pessoas,
Desafiando o branqueamento com persistência,
E lutando por igualdade e justiça.

Que a força que está entre nós continue,
A desafiar o branqueamento sem calma,
E a celebrar com orgulho a herança,
Rompendo as correntes da opressão e do mal.

Daniel Haupt

Poesia

Na Escola Leontina, o estudante premiado foi Douglas Sidnei Rojas Fonseca, do 7º ano, com a segunda colocação na categoria poesia, com o trabalho intitulado ‘Só os negros sabem’. A vice-diretora da escola e orientadora educacional, Letícia Lenz, diz que a elaboração das poesias foi realizada por toda turma, com a professora Débora Gottems, no conteúdo de Educação para as relações étnico-raciais (Erer). Todas foram corrigidas pela professora Gabriela Moraes e cinco foram selecionados para representar a escola no projeto. A votação dos melhores em cada categoria foi realizada de forma on-line através de formulário.

Além da 6ª CRE, o evento foi organizado pela Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave), Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) e plataformas Árvore de Livros e Elefante Letrado, envolvendo 89 escolas de abrangência da CRE.

Estiveram presentes o coordenador da 6ª CRE, Luiz Ricardo Pinho de Moura; a coordenadora do Núcleo de Cuidados e Bem-Estar Escolar da Secretaria Estadual da Educação, Salete Maria Kirst; secretário municipal de Educação de Santa Cruz do Sul, Wagner Machado; assessora de Relações Interinstitucionais da Unisc, Carmem Lúcia de Lima Helfer; e representante da plataforma da Árvore de Livros, André Barbosa. O momento contou com apresentações musicais, teatrais e palestra.

  • Na microrregião, o aluno Kauê de Oliveira da Silva, do Colégio Estadual Poncho Verde, de Mato Leitão, também foi premiado na categoria poesia.

Poesia: Só os negros sabem

Só os negros sabem
Uma história que muitos
Desconhecem.

Só eles sabem como é
Carregar uma cicatriz
Com uma história
Que poucos conhecem.

Foram os negros
Que descobriram
A verdadeira dor.

Tem coisas que só
Negros conhecem, que
Nós desconhecemos,
Que nós precisamos
Conhecer.

Douglas Sidnei Rojas Fonseca



Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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