Estudantes do IFSul de Venâncio se mobilizam para cancelamento da suspensão das aulas

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Na noite desta segunda-feira, 8, a gestão do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), campus de Venâncio Aires, anunciou a suspensão das aulas a partir do dia 17 de abril, em virtude da greve dos servidores federais que começou no início deste mês. Apesar do entendimento da causa, os estudantes reivindicam pela não suspensão das aulas, que atrasa o calendário letivo.

Na manhã desta quarta-feira, 10, os estudantes realizaram uma mobilização no campus com cartazes, reivindicando o espaço de fala e o retorno das aulas. A reportagem da Folha do Mate conversou com uma das representantes do Grêmio Estudantil Ágora, que representa os estudantes do IFSul campus Venâncio Aires. A estudante que está no 3º ano do curso de Técnico em Informática enfatiza que a maioria dos estudantes entende que o movimento de greve é a forma menos eficaz de qualquer forma de protesto. “Apoiamos a causa dos servidores, mas os que mais sofrem nesse contexto são os alunos. Muitos já pagaram cursinhos de vestibular e agora têm o risco de não se formarem no tempo correto.”

A representante do Grêmio Estudantil afirma que após a mobilização desta manhã tiveram um momento para tirarem dúvidas com um professor, no entanto, não tiveram avanços quanto aos motivos da mobilização.

Ela reforça que sem as aulas, perdem tempo ficando sem conteúdo e quando retornarem as revisões consomem parte das aulas em vez de avançarem. “O reajuste de salários é importante, é consenso a falta e investimentos na educação, mas os alunos são sempre os últimos a saber das decisões. Apoiamos a causa, contanto que não afete o ensino e as aulas”, comenta ela. A estudante ressalta que os alunos gostariam de mais espaço nas decisões e discussões e que fossem consultados perante o momento, pois querem ajudar na campanha, porém, com aulas acontecendo.

A aluna do IFSul que pretende se formar no fim de 2025 também reconhece que este seria o primeiro ano em que o calendário escolar estaria normalizado, depois da pandemia de Covid-19 e da última greve, em 2022. Ela comenta que passaram por diversos sábados letivos e atividades extras para conseguirem inciar e finalizar o ano dentro do período normal, mas agora, acreditam que terão atrasos novamente.

O diretor-geral do campus, Geovane Griesang, afirmou em participação na Rádio Terra FM, que na terça-feira, 9, tiveram uma conversa com os estudantes para explicar a situação e a definição pela suspensão do calendário. “Acaba sendo ruim para eles, mas se não suspendêssemos, agora teriam aulas ‘pingadas’ e depois igual teriam que recuperar as aulas perdidas, passaria dos 200 dias letivos. Nesse aspecto, a suspensão foi pensando neles, para não continuarem vindo agora e novamente depois.”

Griesang reforça que a maioria dos estudantes entende e apoia a causa da greve, mas certamente gostariam de estar em aulas. Uma das preocupações é quanto as turmas de 4º ano do Ensino Médio concomitante ao Ensino Técnico, que se formam neste ano e dependem da finalização do curso para continuarem a trajetória educacional no Ensino Superior.

“Queremos diminuir a greve ao máximo, estamos dispostos a ajudar, mas no momento estamos bem preocupados e com medo. Não queremos escolher entre os servidores e a nossa educação.”
Representante do Grêmio Estudantil do IFSul campus Venâncio Aires

Estudantes levaram cartazes com dizeres contra a suspensão das aulas. (Foto: Divulgação/Estudantes do IFSul)


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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