A Polícia Civil gaúcha acredita ter colocado na cadeia uma das maiores estelionatárias do Brasil. Janaína Pereira da Silva, de 39 anos, foi presa na quinta-feira, 11, em Pelotas, onde residia e possuía um escritório. Ela foi levada à Penitenciária Feminina de Rio Grande e é investigada pela prática de um golpe que prometia aposentar pessoas que ainda não tinham o tempo suficiente para garantir o benefício. Os responsáveis pela investigação falam em 6 mil vítimas.
Assim que a notícia foi veiculada nos meios de comunicação, um grande número de pessoas começou a procurar os órgãos oficiais de diversos municípios gaúchos, para comunicar que foram vítimas da falsa advogada. O delegado Vinícius Lourenço de Assunção acredita que mais de 30 moradores de Venâncio Aires e cidades vizinhas estão entre o grupo de vítimas da moradora de Pelotas.
“Tem um morador de Venâncio que indicava a Janaína para seus conhecidos, falando da rapidez na aposentadoria, mas acredito que ele não está envolvido no golpe, mas isso vamos apurar.”
VINÍCIUS L. DE ASSUNÇÃO – Delegado titular da DPPA
Só na sexta-feira, mais de cinco pessoas foram até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da Capital do Chimarrão para prestar queixa. Uma delas é um agricultor de 57 anos, que reside em Vila Santo Antônio, interior de Mato Leitão. Ele revelou que pagou R$ 2 mil à falsa advogada e que, juntamente com um grupo de moradores de Mato Leitão, foi de Topic até Pelotas a fim de encaminhar a aposentadoria.
Lá, conheceu Janaína e assinou documentos que ele imaginava serem o seu passaporte para uma aposentadoria a curto prazo. “Fui pra lá (Pelotas) no dia 22 de março do ano passado e ela me disse que levaria uns 120 dias para eu estar aposentado. Mas no dia 27 fará um ano e dois meses que assinei os papéis e até agora não recebi nada”, denuncia.
O agricultor tem áudios e conversas com Janaína que comprovam a sua denúncia. Inclusive, o ‘escritório’ da falsa advogada encaminhou uma senha para que o agricultor fosse até uma agência do Banrisul sacar o dinheiro da sua aposentadoria. “Mas não tem nada lá”, disse. Ao lado do seu genro, ele também foi até a agência do INSS, onde descobriu que não está aposentado, mesmo tendo benefícios adquiridos por já ter trabalhado com carteira assinada e ser um pessoa do campo.
“Eu acreditei nela e junto com outras pessoas, fui até Pelotas, onde paguei R$ 2 mil e assinei uns documentos. Estou esperando há 14 meses e até agora não recebi nada. Isso é muito triste.”
AGRICULTOR DE 57 ANOS – Morador de Mato Leitão
O delegado Vinícius, que acompanha o caso, descobriu que há um morador de Venâncio que indicava o escritório de Janaína como um facilitador para aposentar quem ainda não tinha o tempo previsto para se aposentar. Mas o delegado acredita que esta pessoa não está envolvida no golpe. O agricultor de Mato leitão citou que soube de Janaína através de um morador de Lajeado.