Depois de intensa agenda de visitas e compromissos em Brasília, a comitiva de Venâncio Aires, formada pelo prefeito Jarbas da Rosa, presidente do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Marcelo Farinon, e o administrador, Luís Fernando Siqueira, esperam que tenham articulado a conquista de pelo menos R$ 2 milhões para ajuda de custeio da casa de saúde neste ano.
Nesta sexta-feira, 23, Siqueira participou de entrevista ao programa Terra em Uma Hora, e afirma que no cronograma de visitas priorizaram aquelas aos deputados federais que já tiveram contato prévio e uma expectativa de vir a ajuda, como o deputado federal Heitor Schuch (PSB), Giovani Cherini (PL) e Pedro Westphalen (PP). “As visitas sempre são positivas, porque os valores que virão, chegam sem nenhuma contrapartida e sim, para ajudar no déficit deixado pelos atendimentos do SUS [Sistema Único de Saúde].”
Siqueira reforça que não há como afirmar uma quantia concreta de valor que deve vir para a casa de saúde neste ano, já que os repasses acontecem durante todo 2024, mas a expectativa é que o valor conquistado seja maior do que em 2023. Um fator que pode ter atrapalhado a comitiva foi o período de visitas, no fim da ‘janela’ para destinação de emendas, quando a maioria dos parlamentares já tinha definido o futuro dos seus recursos. O prazo foi finalizado oficialmente hoje. Segundo ele, fica o aprendizado para no próximo ano adiantarem as visitas para não ficarem com as ‘sobras’. Outro fator que pode atrasar os repasses é o fato de ser um ano eleitoral, por isso, de três a quatro meses antes do pleito eleitoral, nenhum repasse é feito, e só voltam a acontecer após as eleições.
O administrador destaca ainda o encontro com a maioria dos representantes de Hospitais e Municípios da região e Estado na capital federal. “Senão todos, mas 90% dos hospitais de todos os portes estavam lá e aqueles que não vimos, enxergamos as pastas nas mesas dos políticos”, comenta.
Adiantamento do Executivo
A situação atual do hospital em 2024 já acumula o atraso no pagamento de profissionais nos meses de janeiro e fevereiro em um montante mensal de R$ 850 mil, resultando em um déficit de quase R$ 2 milhões neste início de ano. Para amenizar o contexto, Siqueira afirma que está em tratativas com o prefeito Jarbas da Rosa para o adiantamento de emendas que estão como certas. “Não é fácil, não sabemos quando vamos poder contar com as emendas durante o ano. O prefeito tem boa vontade em ajudar mas sabemos das burocracias”, diz. No fim de fevereiro recebem o repasse mensal da Prefeitura e com o valor serão feitos pagamentos atrasados, mas sempre ficam valores ‘para trás’.
Outra questão levantada pelo administrador é o desencontro de informações. No início deste mês, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) divulgou que R$ 300 mil do deputado estadual Heitor Schuch havia sido creditado ao Hospital, no entanto, Siqueira afirma não terem esse dinheiro disponível. Ele explica que aconteceu uma formalização e um reconhecimento de que o repasse vai acontecer, mas ainda não estão com o dinheiro em caixa e nem conseguem rastreá-lo.
Ele ressalta que todo e qualquer valor que venha de emendas para o custeio do hospital é creditado para a prefeitura e não direto à casa de saúde. Depois, é feito um documento oficializando o recebimento do recurso pelo executivo e encaminhado para votação na Câmara de Vereadores e aprovado do Conselho Municipal de Saúde. Feito isso, somente após, é enviado ao HSSM.