A Semana Farroupilha em Vale Verde foi oficialmente aberta na noite desta sexta-feira, 13, durante a formatura do curso de danças gauchescas, que estava em andamento desde o mês de julho. Na ocasião, também foram realizadas homenagens para a patrona da Semana Farroupilha e integrante do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Rancho Velho, Rovena Dettenborn, assim como uma homenagem póstuma a Artur Dettenborn da Silva, por sua contribuição às tradições gaúchas e à entidade Rancho Velho.
Rovena Dettenborn, 62 anos, é professora aposentada. Integrante do CTG Rancho Velho, participa do tradicionalismo desde muito jovem, sendo incentivada por seu pai, Osvino Dettenborn (já falecido), que era um típico gaúcho da lida e do laço, sempre pilchado por onde passava.
Além de atuar como educadora na rede municipal, Rovena foi diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Curupaiti, onde sempre abordou o tema do tradicionalismo com seus alunos. “Durante a Semana Farroupilha, realizávamos uma cavalgada com todos os alunos. Era lindo ver todos se organizando com os cavalos para participar. Havia também um grupo de danças na escola”, recorda.
Neste sábado, 14, às 17h, as celebrações alusivas ao mês do gaúcho continuam com o festival de poesias e tertúlia no galpão crioulo Pedro Dettenborn. No domingo, 15, ocorrerá uma mateada no ginásio da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, na localidade de Buraco Fundo, com missa crioula, apresentações artísticas e baile com Os Buenachos e o grupo Presença. O evento começa às 9h e segue à noite.
A programação da Semana Farroupilha em Vale Verde se encerra no dia 20 de setembro, com um desfile pela avenida Assis Brasil, a partir das 15h, e a extinção da Chama Crioula será às 17h, no ginásio Olivia Kappel. Entre os dias 13 e 20 de setembro, haverá ronda da Chama Crioula no galpão Pedro Dettenborn, ao lado da Secretaria de Educação.
* Com informações AI Prefeitura de Vale Verde
“Me sinto emocionada em receber a homenagem. Devo isso aos meus alunos e à minha família, que sempre me incentivaram a manter a tradição gaúcha.”
ROVENA DETTENBORN
Patrona da Semana Farroupilha
Encerra distribuição da centelha da Chama Crioula
• Na manhã da sexta-feira, 13, o município recebeu as duas últimas entidades tradicionalistas que buscaram em Vale Verde uma centelha da Chama Crioula. São elas os CTGs Forqueta, de Santo Amaro, em General Câmara, e Zeca Freitas, de Minas do Leão. O município era sede da distribuição para os municípios da 2ª Região Tradicionalista (2ª RT).
• Com isso, a centelha foi distribuída a todos os municípios 2ª região. A Chama Crioula chegou a Vale Verde no dia 30 de agosto e foi conduzida de Alegrete pelo CTG Rancho Velho. A extinção dela será no dia será no dia 20 de setembro.
(Fonte: AI Prefeitura)
Familiares de Artur Dettenborn da Silva recebem homenagem póstuma
Artur Dettenborn da Silva faleceu aos 67 anos, em 2010, e era um tradicionalista muito conhecido em Vale Verde. Integrante do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Rancho Velho, tinha o hábito de prestigiar o programa Galpão Crioulo, aos domingos, gostava de ouvir música gaúcha e fazia questão de usar a pilcha tradicionalista, até mesmo na praia, onde a bombacha foi sua companheira, inclusive para tomar banho de mar. Antes de empreender com um posto de combustíveis, foi pecuarista, criou gado e teve o cavalo como parceiro na lida do campo.
Durante a abertura oficial da Semana Farroupilha, que ocorreu na noite desta sexta-feira, 13, os familiares do tradicionalista receberam uma homenagem por sua contribuição às tradições gaúchas no município. Conforme a filha, Liane Toiller, o pai era apaixonado pelas tradições gaúchas, e receber uma homenagem na Semana Farroupilha de Vale Verde é motivo de orgulho e recompensa pelos trabalhos que ele fez no município. “Estamos sentindo uma emoção pura. Quando perdemos alguém que amamos, mexe com o emocional e as lembranças. Esta homenagem é muito significativa e merecida”, comenta a filha.
Natural de Rio Pardo, residiu por muitos anos em Potreiro Grande, no interior de Passo do Sobrado. Se casou com Vitória Lendecker da Silva, falecida há cinco anos, e além de Liane, teve um filho, Pedro Henrique, que seguiu os passos do pai e também foi laçador de rodeio.
O voluntariado no meio tradicionalista foi um dos legados deixados por Artur. Quando ainda era Vila Melos, o CTG não tinha espaço para realizar o rodeio, então ele cedeu uma parte da terra que não estava sendo usada para a produção. “Um dos legados que levamos dele é o voluntário. Ele sempre foi engajado e voluntário no meio tradicionalista. Isso é motivo de orgulho para nossas lembranças”, completa a filha.
Um dos valores considerados pela família Silva é manter a lembrança do patriarca como uma figura importante no tradicionalismo e garantir que as próximas gerações também conheçam a história de Artur e valorizem o trabalho realizado por ele. “Toda a família sempre esteve ligada ao CTG, e é importante manter a memória do meu pai. É fundamental falar e repassar os ensinamentos que ele nos deixou para que meus netos também conheçam sua história”, ressalta Liane.