Fiscalização é intensificada para evitar surtos de dengue em Venâncio Aires

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Com a chegada dos dias mais quentes e do verão, o alerta para a dengue é ligado novamente. Segundo o Painel de Casos de Dengue do Estado do Rio Grande do Sul, em 2023 foram 145 casos confirmados em Venâncio Aires e, neste ano, já são 2.301, ou seja, quase 16 vezes mais que no ano anterior.

Conforme o coordenador da Vigilância Sanitária, Gabriel Alves, a fiscalização está intensificada, com recebimento e atendimento de denúncias, visitas de orientação pelos agentes de endemias e ações de prevenção. Na semana passada foram realizadas aplicações de inseticida em bocas de lobo e em residências de bairros como Cidade Nova, Xangrilá e Centro, além de pontos estratégicos como cemitérios e borracharias.

“Muitos criadouros sendo encontrados nas casas, muitas vezes em casas onde as pessoas já foram orientadas”, lamenta Alves. Ele também destaca o acúmulo de água da chuva improvisado em baldes e cisternas sem o fechamento adequado, caixas d’água sem tampa ou mal fechadas, terrenos com entulhos e vegetação alta e situações de piscinas sem a devida limpeza. A expectativa é de que, com a chegada o verão, os moradores passem a limpar e cuidar com mais frequência das piscinas de suas residências.

Para prevenir, ações específicas também foram realizadas em Venâncio Aires. O Aedes do Bem está instalado no bairro Gressler e Alves confirma a continuidade do projeto no próximo ano. A medida consiste em caixas contendo ovos dos mosquitos machos autolimitantes, que não picam e não transmitem doenças, com o objetivo de diminuir a população de Aedes aegypti no local por meio do cruzamento com as fêmeas, que são responsáveis pela transmissão da dengue.

A ação de Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) foi realizada no fim de novembro nos bairros Cidade Nova, Xangrilá e Centro. O BRI é uma pulverização de um inseticida específico nas paredes e superfícies internas e externas de casas. “Cerca de 150 casas já receberam e, no próximo mês, vamos fazer mais uma ‘leva’”, comenta.

O coordenador ressalta que ainda não há como avaliar a eficácia efetiva destas ações, já que a época mais crítica da incidência de casos anda não aconteceu. “Vamos fazendo e esperamos que nos meses de surtos os locais onde houve as ações tenham número baixo ou nenhum de casos”, destaca. Em janeiro será realizado uma nova verificação de infestação, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa).

Três casos

Apesar do elevado número de casos já registrados neste ano, desde os últimos dias de calor – pegando como base o início da primavera – foram três casos notificados em Venâncio Aires, nos bairros Centro e Xangrilá. No entanto, dois deles estão incertos: um tem suspeita de leptospirose e está praticamente descartado, já que a pessoa não retornou para recoleta e é residente do interior, e o outro também passará por reanálise. Neste ano, Venâncio Aires registrou dois óbitos por dengue.

  • 40 – é o número aproximado de denúncias recebidas pela Vigilância Sanitária nos últimos 15 dias. O telefone é o (51) 2183-0757.

Apenas 125 com cobertura completa na vacinação

Ao mesmo passo que o número de casos deste ano assusta, a baixa procura pela vacinação contra a dengue também preocupa. Segundo a enfermeira coordenadora do Setor de Imunizções, Janete Fernandes de Souza, são 354 primeiras doses aplicadas e 125 situações com as duas doses recebidas, que é a cobertura completa contra a doença.

“Como não é uma vacina de rotina, não tem previsão de cobertura, mas está muito abaixo do esperado”, afirma. A aplicação da vacina é feita somente no Setor de Imunizações, junto à antiga Unidade Básica de Saúde (UBS) Central. O atendimento ocorre de segunda a sexta, das 7h30min às 11h e das 13h às 16h30min. Nas quartas e sextas há também o turno estendido, até as 19h, o que segue até o dia 27 de dezembro, com exceção de feriados.

As crianças e adolescentes devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis, munidos de documento com foto, caderneta de vacinação e cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina contra a dengue, disponibilizada pela primeira vez no SUS em 2024, requer duas doses com um intervalo de três meses entre elas para garantir a proteção eficaz contra a doença, especialmente contra casos graves e hospitalizações. Após a aplicação da vacina contra a dengue, a orientação é que a criança ou o adolescente fique 15 minutos em observação. Quem tem histórico de reações alérgicas graves terá que aguardar 30 minutos até a liberação.

Outras vacinas não devem ser aplicadas concomitantemente ao imunizante da dengue. Vale destacar que, quem contraiu dengue poderá tomar a vacina, mas é necessário aguardar seis meses a partir do diagnóstico para iniciar o ciclo de imunização.

  • 6.120 – é o número de crianças e adolescentes na faixa de 10 a 14 anos em Venâncio Aires.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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