Amarelinho, Feijão e Flecha são conhecidos pelas alcunhas (Fotos: Leonardo Pereira, Débora Kist e Taís Fortes)
Amarelinho, Feijão e Flecha são conhecidos pelas alcunhas (Fotos: Leonardo Pereira, Débora Kist e Taís Fortes)

Por Débora Kist, Juan Grings e Leonardo Pereira

Além de terem sido os candidatos com maior número de votos nos seus respectivos municípios no pleito de 2024, os prefeitos de Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde têm outro aspecto em comum: apelidos. Mesmo nos seus redutos, é bem provável que os cidadãos que ajudaram a eleger Arly Stöhr (PDT), Edgar Thiesen (PP) e Ricardo Froemming (MDB) os conheçam mais pelas alcunhas de Flecha, Amarelinho e Feijão, respectivamente.

Como normalmente acontece, a origem dos apelidos nem sempre parte do apelidado, mas de outra pessoa que cria e acaba ‘pegando’. No caso dos chefes dos executivos municipais, as histórias são das mais variadas – desde a visita de um jovem acolhido na antiga Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) até a semelhança com um jogador do Grêmio.

Gurizão da Febem

Prefeito de Vale Verde, Ricardo Froemming é conhecido como Feijão. Ele conta que o apelido foi dado na infância, quando, há mais de 30 anos, o cunhado dele, Frederico Toillier, o Fritz, trabalhava na antiga Febem. “O Fritz trouxe um rapazinho de Taquari, que estava na Febem. Às vezes, ele trazia uns guris para passear, para conhecer Vale Verde. Um deles tinha o apelido de Feijão.”

Conforme o prefeito, o pai, Siegfried Walter Froemming, simpatizou com o rapaz e, quando ele foi embora, começou a chamar o filho pela alcunha. “Ele dizia que eu, então, era o Feijão. Às vezes, eu ficava bravo, mas aí o apelido foi ‘pegando’ e até hoje sou o Feijão, por causa daquele gurizão da Febem.”

Bazar amarelo

Tem origem no comércio familiar o apelido de Edgar Thiesen, reeleito para a Prefeitura de Passo do Sobrado. A família é proprietária de um bazar e, no início, o prédio onde era localizado o comércio não contava com fachadas, placas ou o nome do empreendimento, era apenas um prédio pintado com a cor amarela. “Quando iniciei a carreira política, adotei o Amarelinho junto”, esclarece Thiesen.

Sendo assim, além do apelido que carregou durante as duas últimas campanhas eleitorais, o progressista também utilizou a cor como símbolo primária no período. “O Amarelinho fez parte desse sucesso”, completa.

Flecha do Grêmio

Foi na adolescência que Arly Stöhr, hoje prefeito de Mato Leitão, ganhou o apelido de Flecha. Ele lembra que a origem da alcunha foi por conta do futebol, quando tinha por volta de 13 anos. Stöhr jogava em uma equipe juvenil da localidade, à época distrito de Venâncio Aires.

“O Grêmio tinha um ponteiro direito que era conhecido como Flecha (Gilberto Alves de Souza). O técnico, Salvador da Silva, começou a me chamar assim e emplacou”, lembra. Segundo o Flecha mato-leitoense, ex-atacante, os colegas de time diziam que ambos se assemelhavam por atuarem na mesma posição dentro das quatro linhas.

Embora o passado futebolístico, o prefeito conta que precisou se aposentar do campo forçadamente. “Agora é só pedrinha na água. Aos poucos, a gente foi abandonando. Foi dando problema no tornozelo e no joelho, aí virei goleiro e começou a doer o ombro”, lamenta.