Três dias depois de ser anunciada pelo major Cristiano Cuozzo Marconatto, a Força Tática da Brigada Militar começou a atuar nas ruas de Venâncio Aires. Na noite de ontem e durante a madrugada deste sábado, 8, policiais da tropa de elite do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM) percorreram as ruas da cidade, com foco principal no combate ao tráfico de entorpecentes.
O reforço na segurança da Capital do Chimarrão é uma das primeiras determinações do major Marconatto, que passou a responder pelo comando do 23º BPM. Durante a reunião do Conselho Pró-Segurança Pública (Consepro), na terça-feira, 4, onde ele esteve acompanhado pela capitão Michele da Silva Vargas, anunciou que a Força Tática passaria a atuar no município, em dias e horários pré-determinados ou sempre que necessário.
Em entrevista ao programa Terra em Uma Hora de ontem, a capitão Michele destacou o reforço e mencionou que os policiais vêm para atuar juntamente com as guarnições de serviço. “Com este apoio, vamos ampliar nosso trabalho, podendo estar em mais locais ao mesmo tempo”, explicou.
A comandante da 3ª Companhia deixou claro que o combate ao tráfico de entorpecentes segue sendo prioridade. “Temos que bater no tráfico de drogas, porque o tráfico é que fomenta os demais crimes”. A capitão Michele se refere principalmente aos furtos, praticados, em sua maioria, por usuários de drogas, que usam as mercadorias como moeda de troca para sustentar o vício. “Invadem qualquer lugar e furtam o que estiver ao alcance. Já está se tornando um problema de saúde pública”, complementa.
A comandante da 3ª Cia também falou sobre o aumento nos golpes, dos mais variados. Ela citou situações onde homens que se acham espertos e acabam caindo no golpe do nudes. “E para que os casos não sejam revelados aos seus familiares, acabam sendo extorquidos e perdendo altas somas”. Há situações, inclusive, onde homens acabaram se suicidando após serem vítimas dos estelionatários.
Maria da Penha
A capitão Michele revelou a retomada dos trabalhos da Patrulha Maria da Penha (PMP). Por causa da enchente, as visitas passaram a ser esporádicas, mas agora voltarão a ser realizadas de forma rotineira.
Nos últimos dois anos, a PMP cadastrou 1.509 mulheres vítimas de violência doméstica. Destas, 278 preferiram não receber os atendimentos e outras 373 são visitadas com frequência. Nas visitas, observa a comandante, os integrantes da Patrulha conversam com as vítimas para saber como está a rotina delas e se os denunciados estão cumprindo as determinações judiciais. Em caso de descumprimentos, completa a oficial, eles podem ser presos em flagrante e encaminhados à cadeia.
Além das mulheres que negam os atendimentos, há aquelas que acabam reatando o relacionamento com os denunciados, o que totaliza 64 casos. E foi em uma destas situações, onde a mulher reatou o relacionamento e permitiu que o agressor voltasse a morar com ela, que foi registrado o último feminicídio no município, em março deste ano. A vítima, de 59 anos, foi morta com golpes de faca pelo homem, que depois se suicidou.
Denúncias
A capitão Michele sempre cita que as pessoas são os olhos da Brigada Militar. Por isso, pede que façam denúncias, sempre que se depararem com situações anormais ou que lhes causem suspeitas. “As pessoas, principalmente as moradoras do interior, conhecem seus vizinhos e sabem os veículos que possuem. Por isso, sempre que notarem movimentações estranhas, devem ligar e nos informar, repassando o maior número de dados possíveis”, pediu.
A comandante revelou que além da PMP, a Patrulha Comunitária do Interior (PCI) voltará a atuar com mais intensidade. “Esse contato direto com as comunidades do interior é importante, mas precisamos que os moradores nos auxiliem, sendo nossos olhos em lugares onde não podemos estar presentes”, pediu a oficial. O número para fazer denúncias é o 984149490.
“O tráfico de drogas é que fomenta todos os outros crimes e desestrutura as famílias. Por isso, o combate ao tráfico é a nossa prioridade.”
MICHELE DA SILVA VARGAS
Cap., comandante da 3ª Cia