Fórum da Soberania Alimentar sobre plantas medicinais reúne mais de 300 pessoas em Palanque

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Ocorreu na quarta-feira, 16, no ginásio da Comunidade São Martinho de Vila Palanque, o 5º Fórum Municipal de Segurança e Soberania Alimentar na Agricultura, promovido pela Emater/RS-Ascar. O evento, que teve início com a abertura oficial pela manhã, contou com atrações relacionadas à educação alimentar, além de sete oficinas, exposição e comercialização de sementes crioulas, artesanato rural e agroindústrias.

Durante o fórum, que contou com a presença de mais de 300 pessoas, foram discutidos temas que promovem a autonomia dos participantes para conhecerem sobre plantas medicinais, além de aprenderem como e quando utilizá-las, bem como os seus benefícios para a saúde.

Conforme a extensionista rural social da Emater de Venâncio Aires, Viviane Röhrs, o evento superou as expectativas, pois mais de 300 pessoas estiveram presentes no fórum. “É muito importante quando a comunidade adere à ideia, e isso aconteceu. Eles abraçaram a temática proposta, por isso também foi um sucesso. O assunto é de interesse de muitas pessoas, pois trata de vivências e cultura transmitidas por gerações no interior”, comentou.

Alexandre Kreibich, Viviane Röhrs, Djeimi Janisch e Diego Barden são extensionistas da Emater em Venâncio Aires (Foto: Júlia Brandenburg)

A primeira palestra da manhã foi conduzida pela assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, Doriana Gozzi Miotto, que abordou o tema: ‘As Plantas Medicinais no Cuidado com a Vida’. “As plantas medicinais podem ser utilizadas de diversas formas em preparações caseiras, como chás, xaropes, tinturas, pomadas, compressas e inalações. Além disso, os fitoterápicos podem ser encontrados em várias formas farmacêuticas: xaropes, cremes, pomadas, cápsulas e comprimidos”, comentou.

A primeira palestra da manhã foi conduzida pela assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, Doriana Gozzi Miotto (Foto: Júlia Brandenburg)

À tarde, foram realizadas oficinas que tiveram como objetivo a troca de experiências entre os profissionais e o público, incentivando um estilo de vida mais saudável. Entre os temas abordados estavam o relógio do corpo humano, a produção de mudas de plantas medicinais, produção de sabonetes esfoliantes de erva-mate e o uso de plantas medicinais no paisagismo, entre outros.

Uma das participantes do evento foi Luciana Althaus, de 61 anos, agricultora aposentada, representante do Clube de Mães Primavera de Vila Palanque e presidente do grupo da 3ª idade Sementeiras de Amor, da localidade. Luciana avaliou o evento de forma positiva e destacou a importância de compartilhar o conhecimento sobre plantas medicinais nas comunidades. “Falar sobre plantas medicinais é sempre importante, pois é um assunto de interesse para todos em termos de saúde. Na nossa comunidade, por exemplo, temos um horto medicinal ao lado da igreja. Práticas como essas são necessárias e muitas vezes esclarecem dúvidas das pessoas”, explicou.

Luciana Althaus, representante do Clube de Mães Primavera de Vila Palanque, acompanhou o dia de atividades (Foto: Júlia Brandenburg)

O presidente da Comunidade São Martinho, Gleno Konzen, ressaltou a importância da realização do evento, tanto para o grande número de pessoas e também pelo assunto tratado durante o dia. “A nossa comunidade já trabalha assuntos com chás e plantas medicinais com o nosso horto e isso é interessante. É um assunto que tem potencial para ser explorado por outras pessoas também no município”, afirmou.

Gleno Konzen, presidente da comunidade São Martinho (Foto: Júlia Brandenburg)

O 5º Fórum Municipal de Segurança e Soberania Alimentar na Agricultura teve o apoio das secretarias de Desenvolvimento Rural e de Saúde, Sicredi, Associação dos Produtores de Erva-mate do Polo Ervateiro dos Vales (Aspemva), Clube de Mães Primavera e Comunidade São Martinho de Vila Palanque e contou com a presença de autoridades como a vice-prefeita Izaura Landim, a presidente da Câmara Municipal dos Vereadores, Claidir Kerkhoff, secretário do Desenvolvimento Rural, Ricardo Landim, a gerente do Sicredi, Mara Frey, o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Luciano Walker, presidente do Sindicato Rural, Ornélio Sausen, além de representantes da comunidade e do Clube de Mães anfitrião. Além das autoridades, participaram da abertura o coral da localidade e o padre Cláudio José Kirch.

Ações principais de plantas medicinais

• Alcachofra: Digestiva, hepática, depurativa e diurética
Parte utilizada: Folhas, flores e raízes
Toxidade: Pode reduzir a lactação e dar sabor amargo ao leite

• Alecrim: Digestiva, hepática, estimulante, antisséptica e adstringente
Parte utilizada: Folhas
Toxidade: Pode causar gastroenterite e/ou nefrite em altas doses

• Tansagem: Anti-inflamatória, bactericida, antidiarreica e expectorante. As sementes são laxativas
Parte utilizada: Folhas e sementes

• Bardana: Emoliente, cicatrizante, diurética e depurativa
Parte utilizada: Folhas e raízes

• Carqueja: Diurética, digestiva, antisséptica e hepatoprotetora
Parte utilizada: Ramos
Toxidade: Não usar no período de floração, pois pode conter fungos

• Cavalinha: Cicatrizante, diurética, remineralizante e adstringente
Parte utilizada: Hastes e brotos verdes
Toxidade: Pode causar carência de Vit. B1 e depósito de silício no fígado

• Hortelã: Digestiva, vermifuga, antisséptica, analgésica
Parte utilizada: Folhas e flores
Toxidade: Em lactantes e crianças, o mentol dificulta a respiração

• Manjericão: Aperiente, digestivo, vermífugo, conservante natural, antisséptica e condimentar
Parte utilizada: Folhas e flores

• Melissa: Sedativa, digestiva, bactericida, problemas respiratórios
Parte utilizada: Folhas
Toxidade: Pode baixar demasiadamente a pressão

• Mil em Rama: Imunoestimulante, analgésica, anti-inflamatória, cicatrizante e digestiva
Parte utilizada: Folhas e flores

• Pariparoba: Cicatrizante, digestiva, depurativa, emoliente e analgésica
Parte utilizada: Raíz e folhas
Toxidade: É abortiva

• Pulmonária: Auxilia nos problemas respiratórios e expectorante
Parte utilizada: Folhas

• Pfaffia: Imunoestimulante
Parte utilizada: Raíz
Toxidade: Cautela na utilização, não combinando com medicamentos que contenham sais de ferro

• Sálvia: Digestiva, vermifuga, analgésica, antisséptica e condimentar
Parte utilizada: Folhas
• Linhaça: Laxativa suave
Parte utilizada: Sementes

Curiosidades das plantas medicinais em evidência nas oficinas

Ao longo da tarde de quarta-feira, o público do Fórum de Segurança e Soberania Alimentar na Agricultura foi dividido em sete grupos para oficinas sobre diferentes temas. O momento foi de troca de experiências e ensinamentos técnicos. As atividades incluíram assuntos como o Relógio do Corpo Humano, produção de mudas de plantas medicinais, sabonete esfoliante de erva-mate, espaço do cuidado, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) no SUS, plantas medicinais no paisagismo e homeopatia na agricultura.

Uma das oficinas que integrou a programação foi sobre homeopatia na agricultura, conduzida pela extensionista rural da Emater de Boqueirão do Leão, Celita Peterson. A profissional demonstrou a produção do medicamento homeopático de calêndula, que pode ser utilizado para tratar feridas, queimaduras, cansaço e cicatrização. Esse medicamento pode ser usado tanto em humanos quanto em animais e vegetais.

Conforme Celita, o tratamento homeopático busca restaurar o equilíbrio e a energia vital do ser vivo, utilizando doses mínimas do medicamento para estimular diretamente o sistema imunológico. Dessa forma, o restabelecimento da saúde se inicia a partir do equilíbrio da energia vital, que reage aos sintomas e fortalece as defesas naturais.

Na atividade conduzida pela assistente técnica regional da Emater de Passo Fundo, Doriana Gozzi Miotto, foram tratados os assuntos da fitoterapia e o Relógio do Corpo Humano. “Os remédios caseiros, como chás, xaropes, compressas e tinturas, são elaborados com base no uso e no conhecimento tradicional sobre as propriedades benéficas das plantas medicinais. Esses conhecimentos, transmitidos de geração em geração, são muito importantes e hoje estão sendo resgatados por meio de estudos”, comentou. A profissional também comentou sobre a importância do uso correto das plantas medicinais, pois cada espécie tem uma ação diferente no corpo humano.



Júlia Brandenburg

Júlia Brandenburg

Acadêmica do curso de Jornalismo na Universidade de Santa Cruz do Sul

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