Fotos: Polícias Civil e Federal deflagram operação contra o descaminho e lavagem de dinheiro, em Venâncio

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Atualizado às 10h50min

Mais de cem agentes das Polícias Civil e Federal participam, nesta quinta-feira, 30, de uma operação, chamada Operação Afluência, que apura o descaminho e a lavagem de dinheiro.

A deflagração da Operação Afluência ocorre nos municípios de Venâncio Aires, Lajeado, Estrela, Cruzeiro do Sul, Aceguá, Bagé, Jaguarão, Pelotas, Morro Redondo, nas cidades paulistas de São Paulo e Tarumã, na cidade do Rio de Janeiro/RJ e em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.

Na Capital do Chimarrão estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e outros 14 mandados de busca e apreensão. Dois alvos, considerados ‘cabeças’ do esquema, estão presos. Um deles é do ramo de veículos e o outro, da construção.

No total serão cumpridas 160 medidas judiciais no país.

Na propriedade de um dos procurados, em Linha Canto do Cedro, os policiais encontraram um depósito abarrotado de caixas com cigarros contrabandeados. Na casa do procurado, que ainda não foi encontrado, foi apreendida uma grande quantidade de dinheiro em cédulas de R$ 50 e R$ 100.

Segundo informado pelo delegado Paulo César Schirrmann, os envolvidos movimentavam cerca de R$ 100 mil por dia.

As polícia Civil e Federal não divulgaram os nomes dos presos e investigados.

Fotos da operação

Entenda a operação

Para a desarticular o grupo, são executados 50 mandados de busca e apreensão, 5 de prisão preventiva, 22 medidas cautelares substitutivas de prisão, além de decretos judiciais de arresto/sequestro de 133 veículos e 30 imóveis (bens avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões) e o bloqueio de valores depositados em contas dos investigados e de empresas.

Conforme apurado, o núcleo central da organização criminosa encontra-se estabelecido na região do Vale do Taquari, possuindo como principal atividade ilícita o descaminho de bebidas destiladas e vinhos, introduzidos ilegalmente em território nacional através das fronteiras com a Argentina (vinhos) e Uruguai (destilados).

O grupo criminoso contava com a participação de fornecedores e intermediários para aquisição dos produtos diretamente com os proprietários de free shops uruguaios ou das lojas de vinhos argentinas. O pagamento era realizado de forma ‘física’ (transposição física, pela fronteira, do dinheiro) ou através da utilização de ‘doleiros’.

Após ingressarem em território nacional, as bebidas eram transportadas aos depósitos do grupo criminoso e posteriormente remetidas a grandes atacados estabelecidos nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As cargas de bebidas eram transportadas em veículos próprios da organização, especialmente carretas e caminhões, acondicionadas sob outros produtos como grãos e frutas. Outra forma de envio das mercadorias ocorria por meio de empresas transportadoras com utilização de notas fiscais ideologicamente falsas, emitidas por empresa ligadas ao grupo, para ‘acobertar’ a carga de bebida remetida.

Para receber os valores pela venda das mercadorias, a organização criminosa valia-se de contas tituladas por dezenas de pessoas físicas e jurídicas (‘laranjas’) como concessionárias e locadoras de veículos, construtoras, postos de combustíveis e do ramo de cigarros. Os proprietários destas empresas, ‘misturavam’ os recursos ilícitos, mesclando-os, com recursos de origem legítima de suas empresas.

A investigação indica que o grupo criminoso age de forma estruturada, ao menos, desde janeiro de 2019, tendo movimentado mais de R$ 62 milhões com a venda de bebidas alcoólicas ilicitamente introduzidas em território brasileiro.

Mandados de busca expedidos, por município

RS – Venâncio Aires – 14
RS -Lajeado – 2
RS – Estrela – 1
RS – Cruzeiro do Sul – 4
RS – Aceguá – 1
RS – Bagé – 2
RS – Jaguarão – 4
RS – Pelotas – 4
RS – Morro Redondo – 1
SP – São Paulo – 4
SP – Tarumã – 1
RJ – Rio de Janeiro – 8
MG – Belo Horizonte – 4

Mandados de prisão expedidos, por município

RS – Venâncio Aires – 4
RS – Lajeado – 1

*Com informações da Comunicação Social Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Comunicação Social Delegacia de Polícia Federal em Santa Cruz do Sul



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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