Por Juan Grings e Luana Schweikart
Com as baixas temperaturas, espirros, tosses, coriza e congestão nasal se tornam tão rotineiros no dia a dia das pessoas que fica difícil identificar qual é a causa dos sintomas. No entanto, segundo o médico Luiz Dalprá, saber a razão é fundamental para adotar o tratamento adequado e evitar a complicação no quadro.
Ele explica que nem sempre apresentar estes sintomas significa um quadro viral, como o resfriado ou a gripe. “Em algumas situações, em boa parte delas, o paciente apresenta, na verdade, uma alergia respiratória, que não vai demandar medicação tão intensa. A automedicação deve ser evitada, assim como ir ao médico sem que haja necessidade”, afirma. São os casos em que os sintomas se prolongam por muitos dias, como mais de 15 dias. Dalprá lembra que quadros virais costumam durar até, no máximo, pouco mais de uma semana.
As alergias são intensificadas no outono e no inverno por alguns fatores, como o uso de determinados tecidos na vestimenta, por exemplo, casacos, toucas e mantas de lã, pelúcia, tricô, entre outros. “Esses materiais liberam microfragmentos que são inalados na respiração, causando crises de espirros, congestão nasal, tosse e constipação”, relata. A mesma situação é observada com cobertores – sendo esses os maiores ‘vilões’ dos picos alérgicos, especialmente pela manhã, e em tapetes.
Gripe e resfriado
A gripe e o resfriado, por sua vez, têm relação direta com o contato com algum vírus. No caso da primeira, o agente é o Influenza, podendo ser do tipo A ou B, enquanto o resfriado ocorre a partir de um rinovírus. O resfriado, em geral, possui sintomas mais leves como tosse, coriza e congestão nasal, enquanto a gripe, por sua vez, tem a mesma sintomatologia, mas também com febre e dores no corpo.
A aglomeração de pessoas em locais fechados, com pouca circulação de ar, ocasião comum por conta das baixas temperaturas na rua, é a principal causa para o aumento na incidência. “Estes vírus gostam do frio, principalmente à noite”, explica.
Recomendações
Em vídeo publicado nas redes sociais da Prefeitura de Venâncio Aires, a médica Jacqueline Froemming orientou que, ao perceber sintomas gripais, o paciente deve se deslocar para a unidade de saúde mais próxima. Se não houver atendimento, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) deve ser a segunda opção.
Após atendimento pelo profissional da saúde, este poderá recomendar o teste para identificar o vírus, caso o paciente seja do grupo de risco. De acordo com ela, na última semana o sistema de saúde de Venâncio Aires registrou aumento entre 10% e 15% nos atendimentos por sintoma de vírus respiratórios.
Nesta sexta-feira, 30, o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), que também administra a UPA, publicou nas redes sociais um pedido que os pacientes utilizem máscara ao procurar atendimento ou visitar pessoas com sintomas. “A máscara ajuda, diminui o contágio. Então é importante usar”, reforça Dalprá.
Como manter o sistema imunológico forte
- Ter alimentação adequada, com vegetais, legumes e frutas no dia a dia.
- Não consumir álcool em excesso.
- Manter o sono regulado.
- Evitar estresse.
Estado registra recorde de hospitalizações em maio
- O Rio Grande do Sul registrou em maio o maior número de hospitalizações por gripe na comparação com qualquer mês dos últimos três anos.
- Dados da Secretaria da Saúde (SES) apontam mais de 400 internações nas duas primeiras semanas do mês. Em Venâncio Aires, já foram registradas duas mortes por Influenza.
Vacinação contra a gripe neste sábado
A Prefeitura de Venâncio Aires, por meio do Centro de Imunizações da Secretaria de Saúde, promove neste sábado, 31, uma ação especial de vacinação contra a Influenza (gripe) em dois pontos estratégicos do município. A imunização ocorrerá das 8h às 12h no Centro de Imunizações, localizado junto à antiga Unidade Básica de Saúde (UBS) Central, e na Travessa São Sebastião Mártir, na Praça da Matriz, das 8h às 11h. A campanha está aberta para toda a população acima dos seis meses de idade.
A baixa adesão preocupa as autoridades sanitárias, especialmente diante da chegada do inverno e do aumento dos casos respiratórios. A vacina contra a Influenza é segura, gratuita e fundamental para reduzir internações e complicações provocadas pelo vírus. Duas mortes por Influenza já foram registradas no município neste ano.

A enfermeira coordenadora do Centro de Imunizações, Janete Fernandes de Souza, ressalta que apesar de a vacinação estar liberada para a população geral, ainda é preciso melhorar a adesão para proteger os mais vulneráveis, que são os grupos prioritários, entre eles os idosos, as crianças e as gestantes. “A vacinação contra a Influenza ainda é uma das principais estratégias para evitar surtos, reduzir internações e salvar vidas”, afirma.
Durante a ação, equipes estarão disponíveis para aplicar as doses e tirar dúvidas da população. É necessário apresentar um documento com foto, cartão do SUS, e a caderneta de vacinação, se disponível.
Fonte: AI Prefeitura
Números
- Até o momento, apenas 33,83% dos grupos prioritários foram imunizados, número abaixo da meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde.
- O total de pessoas no público-alvo (idosos, gestantes e crianças) é de 19.749 pessoas, sendo 15.047 idosos, 4.161 crianças e 541 gestantes.
- Os grupos prioritários incluem idosos (37,20% – 5.597 doses aplicadas), gestantes (52,68% – 285 vacinas feitas), e crianças (19,20% – 799 doses feitas). O total de doses já aplicadas nestes grupos é de 6.681, e o total levando em consideração todas as vacinas já aplicadas chega em 11.228 doses.