Além dos prejuízos diretos causados pelas enchentes, com 23 mil pessoas desalojadas em Venâncio Aires, outra preocupação é com as doenças que podem aparecer a partir de agora, como a leptospirose. A doença é transmitida pela urina de roedores contaminada com a bactéria leptospira.
“O ser humano se infecta quando essa leptospira então entra em contato com a pele. Quando há um arranhão, uma lesão, fica mais fácil dela penetrar no corpo humano, mas isso também pode acontecer com a pele íntegra”, explica a infectologista Sandra Knudsen.
“O número de casos de leptospirose aumenta muito após alagamentos, enchentes, porque essas águas vêm contaminadas com a urina de ratos. Então todo mundo que esteve exposto a essas águas de enchentes precisa ficar atento aos sintomas.”
SANDRA KNUDSEN – Médica infectologista
Os sintomas da leptospirose são febre, dor no corpo – principalmente nas panturrilhas -, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Sandra observa que eles se assemelham muito aos sintomas da dengue. Por conta disso, reforça a importância de a população e os profissionais de saúde atentarem para a possibilidade de leptospirose.
“A leptospirose vai ter que estar no pensamento agora de todos nós, porque o tratamento é totalmente diferente. Na leptospirose temos um tratamento eficaz com antibiótico que tem que ser iniciado o mais possível. Se alguma pessoa que esteve exposta a essas enchentes e tiver esses sintomas, procure ajuda médica para ser devidamente tratada.”
A médica também ressalta a importância de as pessoas se protegerem ao entrar em contato com essas águas, com roupas longas, luvas e botas impermeáveis.