Outono é época de iniciar a colheita de pinhão. Venâncio Aires conta com aproximadamente 30 hectares de área com araucárias, sendo que cerca de cinco hectares foram perdidos recentemente em vendavais que atingiram as localidades de Linha Sexto Regimento, Linha Maria Madalena e região.
No município, a colheita começou a ser realizada no fim do mês de abril. Para a produção em si, 2024 foi o melhor que os três anos anteriores – as árvores chegaram a uma boa quantidade de pinhas. “Em geral, pinhão leva dois anos e meio a partir do momento que há a formação da pinha até gerar a semente do pinhão, dependendo da variedade”, explica o chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar, Vicente Fin.
Ele salienta que, em anos anteriores, a produção girava em torno de 14 toneladas. A expectativa para este ano era de 18,5 toneladas. Mas, em virtude das fortes chuvas recentes, deve se ter uma perda de três a cinco toneladas. “Nos lugares onde estão os pinheiros, muitos locais viraram sanga, por isso não tem como fugir desta perda”, observa.
Na Capital do Chimarrão, cerca de 65 famílias ou propriedades têm araucárias e utilizam o pinhão para consumo ou para produção comercial. “A gente calcula que 50 famílias vendam alguma coisa e mais 15 que só é para consumo”, comenta Fin.
Produção
O produtor rural Pedro Gilberto da Silva, 32 anos, comercializa pinhão há quatro anos em Linha Cachoeira, interior de Venâncio Aires. A expectativa para este ano é de colher 400 quilos, em razão do clima com pouca chuva no início da formação das pinhas e muita chuva na parte final, da formação dos pinhões. “Começamos a colher no início de maio e deve ir até fim de junho. Mas vamos ter produção afetada pelas chuvas intensas”, declara.
A família também cultiva milho, feijão, aipim e batata-doce. Silva diz que a produção das araucárias é vantajosa por ter o produto para consumo da família e também como renda extra. Os desafios para a colheita são a dificuldade para subir nas árvores para a retirada.
