Jardim comestível: quando o ornamento também é alimento

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Quem disse que ‘jardim’ tem relação apenas com flores ou plantas ornamentais? Claro que para muitos é algo novo, mas cada vez mais o conceito de ‘jardim comestível’, espaço que combina a estética de um jardim com tudo que pode oferecer uma horta orgânica, vem conquistando adeptos.

Em Venâncio Aires, um belo (belo mesmo!) exemplo de jardim comestível é mantido em um condomínio da área central onde moram 23 famílias. Em apenas três metros quadrados, a natureza brota aos montes e já são mais de 20 variedades de plantas, entre chás, hortaliças e frutas.

Devido à quantidade, tomates já precisaram ser replantados para outro lugar dentro do condomínio (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Mas, antes de trazer toda essa fartura, não passava de um local inutilizado, onde só havia terra compactada e nem mato nascia. Foi a partir de julho, por iniciativa de uma moradora, que tudo mudou. “Comecei plantando espinafre, hortelã, manjerona, manjericão e menta. Isso tudo acordado previamente com os demais condôminos”, relata Norma Barden, 67 anos.

Norma trabalha como educadora ambiental e não é de agora que faz das questões ambientais e sustentáveis uma rotina também em casa, onde mantém, há quase 10 anos, uma composteira na sacada do apartamento.

Depois dela, mais vizinhos aderiam à ideia e o jardim comestível foi ampliando o ‘cardápio’. Nem todos contribuem com a plantação ou no cuidado com a irrigação (feita delicadamente com regador), mas o jardim é livre para consumo e todos os moradores do condomínio podem colher.

“Acaba sendo um espaço e um momento bacana de integração entre as pessoas. Uma forma de convivência e de troca”, avalia Norma.

Composto orgânico

Para garantir que as plantas ‘vingassem’, a terra compactada foi sendo incrementada com composto orgânico, também feito no condomínio. Norma Barden conta que vizinhos fornecem material para ela fazer a compostagem, com restos vegetais e erva-mate, por exemplo. “A matéria orgânica é muito importante, porque deixa o solo fofo e mantém a umidade. Também usamos biofertilizante.”

Composteira mantida por Norma na sacada do apartamento há nove anos (Foto: Arquivo pessoal)

Como o composto tem muitos resíduos orgânicos, ele acaba produzindo, ao natural, coisas que nem foram plantadas. Prova isso são os pés de mamão e alguns de tomate que nasceram ‘sozinhos’.

O tomate, aliás, vem com tamanha quantidade, que outro espaço dentro do condomínio já foi ocupado, apenas para replantar mudas que estão sobrando.

Exemplo

Norma Barden destaca que a prática já é comum em outros prédios ou condomínios de Venâncio Aires, mas que exemplos assim podem seguir adiante. “Flores e folhagens são bonitas, claro, mas um jardim comestível também pode ser uma alternativa, ainda mais para ocupar espaços que não são utilizados para nada. Seja um canteiro, um pedaço de terra, até faixas nas calçadas. É algo para ser disseminado.”

O que tem no jardim comestível

• Espinafre, hortelã, manjerona, manjericão, menta, salsa, cebolinha, sálvia, tomate (italiano e cereja), rúcula, alface, orégano, pimentinha, couve, capuchinha, alecrim, lavanda, babosa, peixinho da horta, mamão, melissa, poejo, cidró, camomila, quebra-pedra e beldroega.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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