Depois de presidir mais de duzentas sessões do Tribunal do Júri e ver a troca de cinco prefeitos em Venâncio Aires, o juiz João Francisco Goulart Borges está de saída da Comarca. Casado e ex inspetor de polícia, a partir de dezembro passará a atuar na recém criada Vara da Violência Doméstica na vizinha Santa Cruz do Sul.
Para o magistrado, isso representa uma promoção, já que a Comarca de Santa Cruz foi elevada à entrância final. “Já tenho tempo de aposentadoria desde 2014 e por diversas vezes recusei a promoção, por não aceitar me transferir para os municípios onde já havia entrância final. Agora solicitei a remoção, pois é aqui do lado”, resumiu, revelando que seguirá residindo na Capital do Chimarrão.
Goulart Borges assumirá sua nova função no dia 4 de dezembro. Até lá, presidirá mais dois ou até três júris. Depois que sair da Comarca, a juíza Sandra Regina Moreira, titular da 3ª Vara, assumirá a direção do Fórum. Sua colega, Cristina Margarete Junqueira, da 2ª Vara, ficará com os encargos do Juizado Especial da Fazenda Pública (Jefaz), que tem competência para processar ações que não ultrapassem o valor de 60 salários mínimos.
O novo titular da 1ª Vara será conhecido nos próximos dias. Alguns magistrados já mostraram interesse em se transferir para Venâncio, mas o nome ainda não foi definido. O escolhido, explica o magistrado, virá por remoção ou por promoção por antiguidade.
A carreira
Goulart Borges ingressou na magistratura em dezembro de 1989, na comarca de Ronda Alta. Lá, permaneceu até 1994, quando se transferiu para Triunfo, onde ficou até 1997. De lá, o juiz foi para a comarca de Dom Pedrito, antes de se transferir para Venâncio.
Agora, com a elevação à entrância final da comarca de Santa Cruz, o juiz aceitou a remoção e começará a encaminhar a sua aposentadoria.
O juiz João Francisco Goulart Borges acredita que fez, em média, dez julgamentos por ano, chegando a quase 230 sessões nestes mais de 23 anos. O julgamento mais demorado, recorda, foi o do réu Dionísio Konrad, o Côco, realizado nos dias 8 e 9 de abril de 2010, no salão da Sova. Ao final, Côco foi condenado pela morte do então vereador Milton Heissler, que aconteceu na madrugada do dia 23 de dezembro de 1997, em Vila Sampaio.