Os sentimentos de solidariedade e compaixão não têm meses específicos para serem praticados pelas pessoas, mas é tradicional que, no fim do ano, empresas e pessoas estejam mais mobilizadas em oferecer um Natal com mais conforto e felicidade aos que mais necessitam. No entanto, há quem, durante todo o ano, pratique estas ações e, mesmo passando por dificuldades, a regra maior é conseguir ajudar. O casal Edith Silva da Rosa, 84 anos, e João Eli Figueiredo da Rosa, 86, são exemplo disso.
Os aposentados são moradores do Acesso Imperatriz Dona Leopoldina há 20 anos e, em toda ação ou campanha de arrecadação, levam roupas, alimentos, calçados e o que for necessário para ajudar o próximo. Em junho de 2021, durante a ação ‘Arraial da Vacinação Solidária’, no Parque Municipal do Chimarrão, o casal levou roupas e calçados de carrinho de mão para doação. Também, durante a Dia de Ação de Graças, em novembro deste ano, Edith levou alimentos para ajudar aos necessitados do Centro Promocional João XXIII. A aposentada percorreu 1,2 quilômetro da sua casa até o Centro de Venâncio Aires para entregar a doação.
Mesmo com dificuldades de falta de dinheiro para se manterem e problemas de saúde advindos da idade, o casal não deixa de fazer a sua parte. “Gostaríamos de ajudar mais se pudéssemos, fico ansiosa para ajudar as pessoas,” salienta Edith. As roupas que doam para as pessoas são recolhidas durante o percurso que fazem para pegar recicláveis e, também, famílias e amigos que já o conhecem, os entregam, pois sabem que se não usam, vão doar a outras pessoas. O trabalho com a reciclagem é feito há pelo menos dois anos.
- Nossa equipe quando foi realizar a entrevista com o casal, saiu com mais duas sacolas de roupas e uma de calçados para doação ao Centro Promocional João XXIII. Edith e João não perdem uma oportunidade de fazer o bem.
De Rio Pardo para Venâncio
O casal é natural de Rio Pardo e vieram para Venâncio Aires em 1965, quando João trabalhava como pedreiro e ajudou na construção do prédio onde até hoje está situado a agência do Correios do município. Edith veio com ele e foi a cozinheira para os trabalhadores da obra. “No começo, quando estávamos em Venâncio, passamos por muitas dificuldades, fomos muito ajudados com alimentos que os amigos traziam e, agora, é uma forma de devolver esta ajuda e sermos solidários com outras pessoas”, destaca a aposentada.
Desde que chegaram, o casal não saiu mais da Capital do Chimarrão, pois gostam da cidade. Agora, os dois pretendem vender a casa onde moram, no Acesso, para conseguir uma residência mais perto do Centro, o que facilita os afazeres e compromissos do casal.
Edith está na fila de espera para realizar exames para que consiga ser operada por conta de uma hérnia que a provoca muita dor. Nesta semana, inclusive, esteve internada no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), para ficar em observação durante uma crise de dores. Ela é também muito religiosa e faz questão de comparecer nas missas da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, do bairro Leopoldina e na Igreja Matriz São Sebastião Mártir.
Os gastos mensais com remédios são altos e para o deslocamento até os lugares que precisam ir, o casal recebe ajuda de amigos com caronas. Para se manterem atualizados com as informações do município, os dois usam o rádio como ferramenta. Também é através do aparelho que ficam sabendo das ações e campanhas solidárias para participarem. “Gosto de ficar sabendo de tudo que acontece em Venâncio”, ressalta João.
O casal também teve passagem no ramo tabacaleiro. João trabalhou primeiro na safra em empresa e se aposentou como autônomo, já Edith ficou por 43 safras e se aposentou na função. Além disso, também trabalhava como faxineira em casas de família.