Quem dança, seus males espanta. Não é de hoje que este ditado faz muito sentido e é comprovado por quem pratica. As mulheres participantes do projeto de dança da Mitra Diocesana são testemunhas do bem que faz a dança. Uma iniciativa patrocinada pela Diocese de Santa Cruz do Sul, da qual a Paróquia de Venâncio Aires faz parte, leva professores de danças para diversas comunidades católicas da Capital do Chimarrão.
A assistente social e responsável pelo Setor de Serviço Social da Diocese de Santa Cruz do Sul, Dianefer Berté Schwendler, explica que quatro professores de dança dão aulas em diversos locais, como a Comunidade São Lucas, do bairro Aviação, Comunidade Nossa Senhora Rainha, do bairro Coronel Brito, Linha Brasil, Linha Hansel, Estância São José, Picada Mariante e Vila Palanque. As aulas ocorrem de segunda a quarta-feira, com dias específicos em cada localidade.
As atividades são gratuitas e o pagamento dos educadores, as compras de materiais e o que precisar para o desenvolvimento de cada projeto, é financiado pelo Fundo de Solidariedade da Diocese de Santa Cruz do Sul. Além disso, ela ressalta que a Mitra Diocesana também participa de editais, como é o caso do Fundo de Desenvolvimento Social do Sicredi. “Já apresentamos os projetos e fomos contemplados”, afirma. As aulas de dança são realizadas em espaços da igreja católica, mas o projeto recebe também pessoas de outras religiões, sem distinção de credo. O primeiro grupo começou em 2018.
Para participar, é preciso que as interessadas façam inscrição através de um cadastro social da entidade, em cada grupo. A frequência das alunas é acompanhada mensalmente. “A adesão sempre é muito boa. Antes de iniciar algum projeto ou ajudar financeiramente grupos que já existiam nas comunidades católicas, fazemos um diagnóstico da realidade existente naquele local, pesquisa de interesse comunitário, das atividades que a população gostaria de participar e seriam importantes serem desenvolvidas na comunidade”, destaca.
Saiba mais
- Em março de 2014 foi constituído o Setor de Assistência Social da Diocese de Santa Cruz do Sul, com a missão de realizar ações e projetos que estejam em conformidade com a Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e Sistema Único de Assistência Social (Suas).
- Desde então, são desenvolvidas ações nas linhas de enfrentamento à pobreza, amparo à saúde, promoção de integração e fortalecimento de vínculos comunitários, ações de qualificação ao mundo do trabalho e geração de renda, proteção ao Idoso, proteção à família, promoção da cidadania e amparo à criança e ao adolescente.
- A Mitra Diocesana de Santa Cruz do Sul atende nas áreas urbanas e rurais dos municípios de Putinga, Ilópolis, Arroio do Meio, Encantado, Lajeado, Vespasiano Correa, Santa Clara do Sul, Boqueirão do Leão, Sério, Pouso Novo, Progresso, Venâncio Aires, Passo do Sobrado, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Rio Pardo.
Benefícios para o corpo e a alma
A professora das aulas de dança nas comunidades de São José, de Estância São José, e São Judas Tadeu, de Picada Mariante – que fazem parte da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – é Tatiane Neumann. Ela, que também é coreografa, explica que nas aulas procura trabalhar vários ritmos e fazer alongamentos. “Tento levar pra elas uma mescla de ritmos diferentes, para que a aula se torne divertida e diversificada.”
Tatiane enfatiza que em todas as comunidades a adesão é significativa, tanto de mulheres da comunidade local como arredores. Entre os benefícios da iniciativa, a professora cita a proximidade, que propicia atividades diferenciadas às mulheres que moram distantes do Centro. “A Diocese oferecendo essa atividade fora do ambiente religioso é muito importante para que elas possam ter uma atividade física perto de suas casas. Além de ser gratuitas e abertas a toda comunidade, as aulas de dança são divertidas, proporcionam socialização, interatividade, bem-estar, coordenação e autoestima”, ressalta.
Uma das alunas de Tatiane é Véra Lúcia Schwingel Wagner, 64 anos, que coordena o grupo na Comunidade São Judas Tadeu, de Picada Mariante, de onde também é moradora. A professora aposentada afirma que integrar o grupo é desafiador e motivador. “A dança como atividade física melhora a disposição para as atividades do dia a dia, pois sinto mais energia e disposição. Além de fazer bem ao corpo, melhora a autoestima e as relações de convivência com o grupo”, comenta.
Em Picada Mariante, as aulas ocorrem todas as terças, às 18h15min, no salão da comunidade. Véra ressalta que antes do projeto começar na localidade, as alunas já vinham se encontrando, e dividiam as despesas com a professora entre as participantes. A turma se reúne desde janeiro de 2020. “Tomamos conhecimento do projeto social da Diocese através da paróquia, então entramos em contato com a responsável e fomos atrás dos recursos.”
- 23 – É o número de participantes do projeto no grupo de Picada Mariante.
“Participar deste projeto é gratificante, pois além de cuidar da minha saúde, estamos incentivando outras mulheres a buscarem qualidade de vida. Sabemos que a dança como atividade física traz muitos benefícios ao corpo e à mente.”
VÉRA LÚCIA SCHWINGEL WAGNER
Participante do projeto de dança