A mobilização dos produtores rurais, iniciada por volta do meio-dia desta segunda-feira, 19, em Venâncio Aires, não tem data para acabar. Eles buscam a securitização rural, ou seja, um processo financeiro que transforma dívidas de produtores rurais em títulos negociáveis no mercado financeiro. Em suma, querem a baixa dos juros, para que consigam honrar com suas dívidas, contraídas em safras passadas e na atual.
Os produtores e apoiadores da causa montaram acampamento às margens da RSC-287, em Linha Bem Feita, quase em frente ao restaurante Casa Cheia. Eles pretendem ficar no local por tempo indeterminado, até receberem uma resposta que lhes garanta a continuidade do plantio, principalmente do arroz e da soja, e o consequente pagamento de suas dívidas.
Os envolvidos criaram um panfleto, listando as causas da manifestação, e estudam a forma de entregá-lo às pessoas, já que a rodovia não será interrompida. “Estamos conversando para vermos o que será feito, mas uma possibilidade é de entregar os panfletos nas portas das agências bancárias”, explicou Rogério Palhares, uma das lideranças do protesto.
Outro que está no acampamento é o comerciante Arthur Wickert, de 31 anos. Morador de Linha Grão-Pará, ele não é produtor rural, mas sempre auxilia nas manifestações. “É preciso ajudar, pois isso reflete em todo mundo. Hoje trouxe lenha, bancos para sentar, uma churrasqueira e alimentos. E vou ficar por aqui, me revezando com os amigos, para manter o acampamento em pé”.
O trânsito flui normalmente, porque os tratores, caminhões e demais máquinas agrícolas estão estacionados às margens da rodovia. Além de Venâncio Aires, a mobilização conta com o apoio de produtores rurais de Passo do Sobrado, Vale Verde e Santa Cruz.