Na tarde de domingo, 23, moradores da Vila Mariante esperaram o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, que cumpriu agenda de visita na localidade, com uma mobilização, pedindo atenção e aplicação de recursos. O apelo foi feito principalmente com relação aos R$ 5,1 mil do Auxílio Reconstrução, prometidos a todos os moradores afetados pelas cheias, assim como em relação à Escola Estadual de Ensino Médio Mariante e à Estratégia de Saúde da Família (ESF) Mariante, que desde a enchente, não têm condições de funcionamento.
Moradora de Vila Mariante e líder comunitária, Débora Santos, 39 anos, que liderou a mobilização na tarde de domingo, 23, afirmou que a comunidade espera por respostas. Segundo ela, ainda são muitos moradores em abrigos, em casas de parentes e amigos ou aluguel social. “De certa forma, a Prefeitura faz o possível, mas todos ficamos de mãos atadas para muitas coisas”, relatou, que mora no 2º Distrito há 12 anos. No abrigo de Linha Mangueirão, o único ainda ativo no município, são 16 pessoas atendidas.
Entre as principais demandas da população está a vinda de auxílios e recursos como o valor de R$ 5,1 mil por parte do Governo Federal para cada família atingida. “As pessoas precisam muito, o comércio e as empresas estão fechados, aqui só o frigorífico está funcionando e nem todos os funcionários conseguem chegar. A gente precisa do comércio aberto e dos auxílios para tocar a localidade, as pessoas não têm renda”, lamentou.
Outro pedido dos moradores é a reconstrução da Escola Mariante, do posto de saúde do distrito e melhorias nas estradas da localidade. “Queremos o mínimo de dignidade para tocar a vida aqui. Nosso lugar é aqui, são nossas raízes”, disse. Débora afirmou que voltará a morar na localidade, pois a sua casa ainda é habitável e a família, que tem oficina mecânica, também deve voltar a residir em Vila Mariante. “Nossa preocupação é se vai ter cliente e morador ainda aqui, para seguir em frente”, completou.
Tânia Schneider, também moradora de Vila Mariante, abordou o ministro e reiterou que a comunidade está abandonada. “Só queremos uma ajuda sua. Não queremos dinheiro, e sim dignidade, luz, água, saúde e escola”, contribuiu.
“Faço o possível, desde a enchente de setembro, para ajudar o próximo. São dezenas de moradores que não têm as casas em pé. Isso dói em mim, é triste. Essas pessoas precisam de agilidade para construção de novas casas e voltar a ter uma vida digna.”
DÉBORA SANTOS
Moradora de Vila Mariante