Nos períodos de estiagem, um dos recursos que contribui para manter as culturas rurais no interior e os afazeres domésticos que precisam de água na cidade, são as cisternas que coletam água da chuva. Uma ferramenta que pode ser feita de diversas formas com diferentes capacidades de armazenamento, mas que faz a diferença quando os reservatórios públicos estão zerados.
De acordo com o chefe local da Emater, Vicente Fin, o objetivo de fazer uso de cisternas, principalmente nas propriedades rurais, é compensar a água que falta nos períodos de estiagem, o que acontece praticamente todos os anos. “Quem cultiva hortaliças tem muitas dificuldades neste momento, já que elas perecem demais quando existe a seca, e a cisterna oferece justamente essa possibilidade, de armazenar a água para usar quando está em falta”, diz.
Fin explica que as cisternas mantêm a água da chuva como reserva e disponibilidade de irrigação. Na cidade, o ideal é que todos os prédios e casas tivessem esta ferramenta. A água ali armazenada geralmente é usada para lavar calçadas, banheiros, ou para as flores e plantas. A cisterna, inclusive, reduz o acúmulo dos volumes de chuva repentina que causam as enchentes ou o escoamento total de toda a água da chuva, para que assim esta mesma água seja usada em uma oportunidade futura.
Como fazer uma cisterna
Fin orienta que a maneira mais simples de fazer uma cisterna é usando calhas, canos de condução e caixa de fibra de vidro e, em casos maiores, caixas com manta asfáltica. O chefe do escritório local da Emater diz que possui uma cisterna em uma caixa d’água de 7,5 mil litros. Para um prédio, o indicado é ter uma cisterna de pelo menos 50 mil litros.
Uma cisterna pode ser feita com qualquer objeto que armazene a água, inclusive podendo ser no próprio solo, mas neste caso, há mais chance de que tenha alguma quantidade de perda de água. De preferência, a cisterna deve ser sempre coberta para que a água acumulada se mantenha limpa. A vantagem de fazer com uma caixa d’água é que o custo é relativamente menor, mas que também armazena um volume menor.
Programa vai beneficiar produtores com cisternas
A iniciativa do programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural no eixo Irriga + RS Cisternas vai contemplar, através do Conselho Municipal Agropecuário, três produtores e outros cinco ficarão de forma suplente. Os contemplados receberão a construção de uma cisterna de geomembrana, com capacidade de armazenamento de 60 metros cúbicos de água.
O programa é da Secretaria Estadual da Agricultura e tem a Emater como apoio para a etapa de fazer os levantamentos e executar o projeto. Os recursos do programa Avançar envolvem microaçudes, cisternas e a agroindústria familiar.
Para participar, os produtores precisaram atender requisitos, como estar com a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa, ter telhado de no mínimo 100 metros quadrados para captação de água e local apropriado para a construção da cisterna. Agora, o próximo passo da iniciativa, segundo o chefe local da Emater, Vicente Fin, é aguardar a aprovação dos nomes para que a liberação e execução do projeto seja feita. O levantamento a campo na propriedade dos aprovados será feito pela Emater.
- 12 – é o total de produtores que se inscreveram no programa. Destes, dois não atenderam os requisitos mínimos, pois não tinham a DAP. A maioria dos agricultores inscritos são produtores de hortifrutigranjeiros e têm maior necessidade da cisterna para irrigação.