Nas oficinas de arte, as ferramentas são de transformação

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Para as oficinas semanais realizadas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro Battisti ou no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), a professora Voní Eidt utiliza tinta, pincéis, tecidos e os mais diversos materiais reutilizados que se transformam em arte. Os encontros de arteterapia são realizados com grupos de crianças, adolescentes e mulheres.

Para além do trabalho de artesanato, as atividades são um convite à reflexão, por meio de textos, livros ou mesmo do conhecimento sobre um país diferente, a partir do conhecimento sobre um artista. “O objetivo é mostrar as possibilidades, que vão muito além do que às vezes se conhece, do espaço limitado onde se vive”, comenta Voní. Se o foco é a obra da pintora Frida Kahlo, por exemplo, os participantes da oficina conferem, em um globo, onde fica o México, país de origem da pintora, e aprendem sobre peculiaridades do local. “Busco falar sobre o país, a geografia, para que se conectem com o espaço”, explica.

Exemplos de alguns trabalhos realizados nas oficinas de artes do Cras e Creas (Foto: Arquivo pessoal)

Nas sutilezas do trabalho com a arte, a professora Voní também incentiva a autoestima, o autocuidado, o amor próprio. E até mesmo batom e esmaltes – doados por ela ou por amigos – viram instrumentos de transformação: pequenos movimentos que geram grandes impactos. “Percebo que as mulheres melhoraram muito no autocuidado ao longo do tempo, e também busco incentivar sempre o cuidado com a casa”, comenta. As peças confeccionadas nas oficinas, sempre com um viés de reaproveitamento e sustentabilidade, são levadas para as residências, como incentivo para manter o ambiente bonito e agradável.

“Com a arte, trabalhamos a inclusão social, os vínculos afetivos, a gratidão. Os participantes das oficinas têm histórias de muito sofrimento e superação. Assim como eu ensino, aprendo muito”, define Voní, que é contratada pela Prefeitura para a realização das oficinas.

A dedicação ao projeto, no entanto, vai muito além do contrato. Para ela, ver as transformações possíveis a partir da arte é motivo de satisfação. “O que me motiva é estar fazendo alguma coisa no mundo, não estar acomodada. O Cras e o Creas são verdadeiros faróis de acolhimento, apoio e fortalecimento de vínculos e inclusão social que revelam potenciais muitas vezes escondidos.”

Almofadas confeccionadas no projeto ‘Duas Casas’, com tecido doado (Foto: Arquivo pessoal)

Fomento à cultura no Clube de Leituras

Além da dedicação ao trabalho no Creas e no Cras, Voní Eidt é voluntária no Clube de Leituras, entidade na qual coordena o Departamento Cultural, a partir de convite do presidente Telmo Kist. Com o apoio dos demais integrantes do grupo, tem realizado um trabalho de destaque, movimentando a área cultural de Venâncio Aires ao longo de todo ano.
Um exemplo é o Mercado de Natal, evento que chegou à 3ª edição neste ano e revela artistas locais, com produtos feitos à mão. “É um momento de celebração do Natal, com apresentações artísticas e valorização dos talentos locais.”

Integrantes do Departamento Cultural do Clube (Foto: Arquivo pessoal)

Além disso, em 2024, foram outras três exposições: Leituras em Sociedade, alusiva ao bicentenário da imigração alemã; Imagens e Tons de Rosana Stange; e O Feminino no Clube de Leituras. Para Voní, a adesão do público às atividades mostra a importância das ações voltadas à cultura.

“A comunidade de Venâncio é muito participativa e o grupo do Departamento Cultural do Clube de Leituras é muito ativo. Sem eles não conseguiria desenvolver as ações. Acredito muito na força no grupo e nós acreditamos na cultura.”



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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