A rua Henrique Mylius é essencialmente residencial. Em seus quase dois quilômetros de extensão, encontra-se a aposentada Nilza Ferreira, que há mais de sete décadas vive na mesma rua.
Aos 82 anos, Nilza é moradora da rua desde os 5 anos de idade. “Quando chegamos tinha muito mato, plantações e só um trilho para poder caminhar. E eram apenas quatro casas. Na época, quando estudava no Colégio Aparecida, meu pai [João Mariano da Cruz] criou um caminho até onde hoje é o mercado Imec. Antigamente não tinha tantas ruas abertas como atualmente”, lembra. Além disso, ela recorda que a mãe Oracilda Cruz lavava roupa para as pessoas do circo que se instalavam nas redondezas e fazia picolé. “As pessoas vinham aqui comprar”, conta.
Lembranças
Uma das recordações de criança, é brincar próximo à sanga que passava próximo ao Estádio Edmundo Feix. “Eu e minhas amigas brincávamos na sanga. Eu voltava toda suja pra casa. E gostava de assistir aos jogos do Guarani pelos buraquinhos das cercas que tinha”, relembra aos risos.
Com a chegada do paralelepípedo, há cerca de 40 anos, e com abertura de novas ruas, dona Nilza afirma que foram aumentando o número de moradores da região, mas que mesmo com este aumento, considera a rua calma e boa, e garante que se dá muito bem com os vizinhos.
Foi na rua Henrique Mylius que ela cresceu, e viveu a vida ao lado do marido, hoje falecido, Valderino Gomes Ferreira. “Criamos nossas filhas aqui [Marinês, Marisa (em memória) ,Maribel (em memória) e Marilha]. E o Valderino, por muitos anos, fez a galinhada da Festa do Bastião”, salienta.
Assinante da Folha desde 1982, a avó de seis netos e um bisneto destaca que gosta de fazer a leitura do jornal logo que chega pela manhã. “De trás pra frente. E o que mais gosto de ler é o horóscopo”, diz. E, se não consegue terminar antes de fazer o almoço, a moradora ressalta que após os afazeres de casa, termina a leitura. Como um passatempo, ela conta que gosta de fazer tricô.