Novembro Azul: atenções voltadas para a prevenção do câncer de próstata

-

No mês de novembro, em alusão à campanha Novembro Azul, são evidenciadas questões de prevenção e cuidados relacionados a evitar o câncer de próstata. Quem já passou pela doença entende bem a importância de se prevenir e fazer exames periódicos, como é o caso de José Octavio Wendt, 78 anos, mais conhecido por Lupi.

Wendt teve câncer de próstata há 10 anos e percebeu o problema quando, ao urinar, tinha a sensação de bexiga cheia, mas urinava pouco. Consultou com o urologista Ivan Seibel e foi encaminhado para exames no Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul. Após os resultados, o índice de Antígeno Específico da Próstata (PSA) estava muito alto e precisava agir rapidamente. Fez a cirurgia e não precisou passar por outros tratamentos como radioterapia e quimioterapia. A recuperação também foi tranquila e os próximos cinco anos foram de acompanhamento próximo. Agora, repete todos os exames de seis em seis meses.

O aposentado, que trabalha como empacotador no Supermercado Imec, afirma que antes do câncer não se cuidava muito e era difícil fazer exames preventivos. Atualmente, parou de fumar e beber e, assim, tem uma qualidade de vida maior. “Se tivesse me cuidado mais, talvez não teria passado por tantos problemas, estaria mais saudável”, afirma ele, que realiza tratamento para hipertensão arterial.

Pai de duas filhas e avô de cinco netos, Lupi aconselha os homens a se cuidarem mais e fazerem todos os exames necessários, principalmente o de próstata, pois ele fez somente quando já tinha sido acometido pelo câncer. Hoje, após o tratamento, sente-se feliz, disposto e tem o trabalho como uma ocupação. “Gosto dos colegas e da boa relação que tenho com eles, o emprego é uma das minhas motivações de vida”, afirma ele, que mora no bairro Aviação com a esposa.

Homens acima dos 40 anos devem procurar o médico anualmente

O médico urologista Ivan Seibel atenta que a causa do câncer de próstata – glândula em forma de noz, que fica abaixo da bexiga e em frente ao reto – ainda é desconhecida, apesar do índice considerável de diagnósticos.

Para que o avanço da doença seja evitado, os exames de prevenção são a melhor saída. Segundo o médico, homens, acima dos 40 anos devem procurar o urologista anualmente para fazer principalmente dois exames: a dosagem de PSA e o toque retal, método que o médico introduz o dedo no reto e permite avaliar a extensão local da doença, no caso de ela estar instalada. A próstata normal é lisa e firme, embora não seja endurecida. Por estar em frente ao reto, o profissional pode avaliar os contornos desta glândula por meio do toque retal.

A dosagem do PSA é um exame de sangue que mede os níveis de uma proteína (o antígeno específico da próstata) secretada pela próstata. Com valores entre quatro e dez nanogramas por mililitro, existe um risco de 25% do paciente apresentar a doença. Acima desses valores, a probabilidade é maior que 50% e aumenta mais com níveis mais elevados.

O médico explica também que a tomografia está tendo uma valorização cada vez maior na identificação precoce do câncer de próstata, devido a sua precisão na identificação do tumor. Mas o que dificulta a sua utilização mais rotineira ainda é o alto custo.

Sintomas do câncer de próstata

  • Jato de urina cada vez mais fraco
  • Dificuldade para iniciar a micção
  • Necessidade frequente de urinar
  • Acordar durante a noite para urinar
  • Interrupção involuntária do jato miccional
  • Sangue na urina
  • Urgência miccional
  • Sensação de esvaziamento incompleto

Fatores de risco

1 Os pacientes cujos pais ou irmãos tiveram a doença apresentam risco duas vezes maior.
2 Indivíduos idosos também têm risco elevado. Cerca de 75% dos casos ocorrem em pacientes com 65 anos ou mais.
3 O câncer de próstata pode estar relacionado aos níveis dos hormônios sexuais masculinos. Os homens que retiraram os testículos não desenvolvem a doença, sugerindo que os hormônios produzidos pelos testículos favorecem o desenvolvimento do câncer de próstata.
4 Os pacientes com doenças hepáticas graves e a consequente elevação dos níveis circulantes de estrógenos (hormônios sexuais femininos), têm menor risco de apresentar a doença.
5 Embora ainda não tenha sido comprovado, alguns profissionais acreditam que diferenças ambientais ou alimentares sejam responsáveis pelo aparecimento da doença.



Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

Clique Aqui para ver o autor

    

Destaques

Últimas

Exclusivo Assinantes

Template being used: /var/www/html/wp-content/plugins/td-cloud-library/wp_templates/tdb_view_single.php
error: Conteúdo protegido