Lodo, entulhos, restos do que foram móveis, colchões e eletrodomésticos se acumulam em frente a residências, nas ruas atingidas pela enchente do arroio Castelhano, na parte Norte de Venâncio Aires. Depois de três dias com água dentro das casas, o movimento na parte baixa da cidade, ao longo da sexta-feira, foi de uma intensa mobilização para limpar e tentar salvar algum pertence.
Em meio à tristeza e à incredulidade de ter enfrentado uma cheia como nunca vista antes na história de Venâncio Aires, os moradores acompanham parte das suas memórias irem embora. Documentos, fotos, certidão de casamento, lembranças de viagens. Tudo foi destruído pela água.
“O que é material a gente corre atrás e compra de novo, os móveis, eletrodomésticos, mas as nossas fotos, as lembranças, isso não se recupera. Vamos ter que eternizar na nossa memória, no coração”, resumiu a enfermeira Priscila Haas, 27 anos.
Na tarde de sexta-feira, ela e diversos familiares e amigos trabalhavam na casa da mãe, Cátia Silene Alves Soares, 53 anos, no Loteamento Artus. O esforço de ter transferido os móveis e eletrodomésticos para o salão de beleza que fica anexo à casa, em um espaço mais alto, foi em vão, já que água ultrapassou dois metros, conforme relatos de moradores. “Agora vamos trabalhar e reconstruir tudo de novo”, afirma Priscila.
“O que é material a gente corre atrás e compra de novo, mas as nossas fotos, as lembranças, isso não se recupera. Vamos ter que eternizar na nossa memória, no coração.”
PRISCILA HAAS – Enfermeira
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