Com o tema Desafios e Oportunidades, o Jornal do Comércio promoveu a segunda edição de 2025 do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira, 10, em Lajeado (RS), na Associação Comercial e Industrial. Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) foi um dos painelistas convidados para o evento, junto com Alexandre Heineck, presidente do Conselho de Administração da Docile, e Gilberto Piccinini, presidente do Conselho da Cooperativa Dália Alimentos. A mediação foi feita por Guilherme Kolling, editor-chefe do JC.
Thesing abordou a relevância do setor do tabaco para o Brasil. “Somos, há mais de três décadas, o principal exportador de tabaco do mundo, dedicando em torno de 90% da produção ao mercado externo. Nos três estados da Região Sul, são 138 mil produtores integrados, e uma geração de renda de R$ 14 bilhões na última safra”, informou Thesing, frisando ainda que a renda obtida pelo produtor de tabaco é 117% maior do que a média de renda do brasileiro.
Falando em novas oportunidades, o presidente da entidade ressaltou o potencial de expansão das atividades do setor no Estado, o que poderia ampliar postos de trabalho, renda e receita para todos os envolvidos na cadeia produtiva. “Estamos parados no tempo com relação aos novos produtos. Enquanto mais de 100 países já regulamentaram os dispositivos eletrônicos de fumar, aqui no Brasil a Anvisa freia a produção e o comércio legal. O resultado é 100% de consumo de um produto contrabandeado que apenas enriquece o crime organizado”.
A logística ainda é um desafio a ser superado. Para ele, é necessário alternativas ao Porto de Rio Grande devido ao alto volume de tabaco exportado pelo Estado. “São 25 mil contêineres de tabaco por ano. Isso significa que a cada dia tem que sair 100 caminhões da região do Vale do Rio Pardo. Como só temos um porto no Estado, seguidamente, por questões climáticas, os contêineres ficam parados. E aí temos que carregar eles e levar para os portos de Santa Catarina. É um custo operacional alto”, refletiu.
O executivo encerrou a sua fala abordando a importância da formação e qualificação voltada para a juventude no campo. Ele exemplificou a boa iniciativa do SindiTabaco, que utiliza uma metodologia diferenciada de aprendizagem profissional rural. “O Instituto Crescer Legal é nossa menina dos olhos, temos muito orgulho do trabalho realizado até aqui, com mais de mil adolescentes beneficiados com um curso focado em gestão rural e empreendedorismo. É um trabalho que precisa ser replicado e incentivado porque estamos formando as futuras lideranças do meio rural”, ressaltou ele que também é diretor presidente do Instituto.
(Fonte: Sinditabaco)