Venâncio Aires presenciou, no período de um ano, os dois extremos climáticos: a estiagem e a enchente. No início de setembro de 2022, famílias dos distritos de Vila Mariante e Vila Estância Nova eram atendidas com caminhões-pipa por conta da falta de chuvas. Agora, as mesmas foram vítimas da cheia do rio Taquari.
Segundo o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Sid Ferreira, os trabalhos de distribuição de água iniciaram em 5 de setembro do ano passado e seguiram até meados de agosto deste ano. Coordenadas pela Patrulha Agrícola, as equipes trabalharam com quatro veículos e atenderam todos os dias, entre as 6h e as 22h. “Agora, o atendimento ininterrupto foi para salvar vidas e auxiliar na limpeza, pelo excesso de água”, explica.
De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em setembro de 2022, houve a precipitação de 60 milímetros, durante todo o mês. Em 2023, em 15 dias, este número já foi superado, e muito. Só na terça-feira, 12, foram mais de 80 milímetros.
Diferenças
Conforme Ferreira, o planejamento do ano passado necessitou de auxílio para a distribuição de caixas d’água no município (principalmente em Vila Mariante, Vila Estância Nova e Vila Deodoro), além de reforço na quantidade de caminhões para abastecer essas localidades. “Ficavam três caminhões adaptados para levar caixas d’água em Mariante e Estância Nova e um em Deodoro. A diferença é que, na serra, ainda chovia e renovava, o que não acontecia na região baixa do município”, comenta.
Neste ano, foi necessário montar um plano de contingência e ir a Vila Mariante na segunda-feira, 4, junto com o prefeito Jarbas da Rosa e a Defesa Civil, para avisar sobre os perigos, bem como auxiliar na retirada de moradores. “Desde terça, nosso objetivo foi trabalhar pela integridade física das pessoas e tivemos êxito de não perder nenhuma vida. Agora, trabalhamos na reconstrução”, reforça o titular da Sisp.
O fato marcante é que os locais mais atingidos, nos dois anos, foram o 2º e 9º distritos, Vila Mariante e Vila Estância Nova, respectivamente. “Temos projeções e trabalhamos junto com a Defesa Civil e a Patrulha Agrícola, para auxiliar nos dois extremos”, destaca. Um trabalho que ele considera importante para solucionar os dois problemas é o de desobstrução de sangas e valas que ligam ao arroio Castelhano, o que garante vazão e redução dos prejuízos.