“Os veículos de comunicação são guardiões das histórias das suas regiões”

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Jornalismo e História sempre andaram juntos. Com o novo produto digital da Folha do Mate, essa máxima se confirma. Desde o mês passado, a equipe da empresa jornalística atua no desenvolvimento do portal ‘Venâncio na História’, que será destinado aos alunos e professores, es­pecialmente do 4º ano do Ensino Fundamental. A proposta é ter o site como referência de pesquisa e atividades escolares sobre a História e Geografia de Venâncio Aires.

O projeto integra o programa ‘Acelerando a Transformação Di­gital’, no qual a Folha do Mate foi contemplada, em fevereiro deste ano. Ao to­do, 25 redações brasileiras – entre elas, três gaúchas – foram selecio­nadas na primeira edição do pro­grama, desenvolvido pela Associa­ção Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner). A iniciativa tem parceria do Meta Journalism Pro­ject (Meta é a empresa dona do Fa­cebook) e do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, sigla em in­glês).

Como veículo selecionado, a Folha recebe uma mentoria semanal, liderada pelo jornalista Luís Fernando Bovo, 51 anos. O diretor de Conteúdo e Operações do Estadão Blue Studio acompanha o planejamento, aconselha e compartilha experiências com intuito de guiar a Folha no desenvolvimento do projeto. Bovo é mentor de cinco veículos selecionados, cada um com um projeto distinto. Além da Folha, ele acompanha os projetos do Diário Popular (do município gaúcho de Pelotas), da Folha de Londrina, o jornal O Tempo e da Carta Capital.

Em entrevista à Folha do Mate, Bovo fala da expectativa para o lançamento do site Venâncio na História e destaca a importância de um veículo de comunicação local desenvolver um projeto em prol da educação e da história do município em que está inserido.

Folha do Mate – Como surgiu a oportunidade de se tornar um mentor do projeto Acelerando a Transformação Digital?
Luís Fernando Bovo
– Por conta de minha experiência na área digital, fui convidado pelo ICFJ [Centro Internacional para Jornalistas] e pelo Facebook para ajudar as empresas de comunicação a implementar projetos digitais, o que me honrou demais. Mais do que poder compartilhar conhecimentos com outros veículos, há a possibilidade de conhecer projetos interessantes e disruptivos, como é o caso do projeto da Folha do Mate. O projeto Acelerando a Transformação Digital é uma super oportunidade para ajudar os veículos a fazer a virada necessária, pensando em novos modelos de negócios. Portanto, tem de ser aplaudido de pé.

Como ocorre a definição de quem será o mentor de cada projeto selecionado?
O ICFJ faz a distribuição levando em consideração as propostas de cada veículo e as expertises de cada mentor. Também há a preocupação de fazer um mix de projetos, incluindo diferentes propostas. É um trabalho muito bem feito e sério.

Qual a importância de um veículo de comunicação, sobretudo, jornal impresso, de desenvolver um projeto sobre a história do seu município?
Os veículos de comunicação são, acima de tudo, guardiões das histórias das suas regiões. Pelo seu papel histórico, de narrar o desenvolvimento dos municípios nos quais estão instalados, ajudar a manter viva a memória de cada cidade é quase uma obrigação. É muito gratificante perceber que a Folha do Mate leva isso a sério, tem a noção exata de seu papel na manutenção da memória da região.

Projeto Venâncio na História une Jornalismo, História e Educação. Na tua visão, como esta iniciativa poderá agregar e fazer a diferença na comunidade local, principalmente em sala de aula?
O Projeto Venâncio na História resgata o objetivo de um veículo de comunicação, que é se portar como responsável pela manutenção da história. Neste caso, da história da cidade e, logo mais, de toda a região. Com o passar dos anos, é natural que a história local se perca, tanto pela ausência de material sobre ela, quanto pela partida de seus principais atores, ou seja,  a população mais velha. O resgate que a Folha do Mate busca fazer com Venâncio na História vai democratizar o conhecimento sobre a cidade, mirando os estudantes, mas também servindo de insumo para as famílias. O projeto cumpre o duplo papel de resgate histórico e manutenção viva da memória do município. Seu maior mérito é contar as histórias numa linguagem moderna e acessível.

Como você avalia o desenvolvimento deste novo produto digital da Folha do Mate e quais tuas expectativas para o lançamento da versão inicial da plataforma?
O projeto evolui muito bem, com um time engajado e preparado, que tem claro os seus objetivos. Não há a menor dúvida que o projeto vai ser um divisor de águas na região e vai servir de parâmetro para propostas semelhantes em outros municípios do Brasil. Num momento em que a educação tenta se recuperar da surra que foi a pandemia, o projeto vai trazer um ânimo para os estudantes que buscam voltar aos trilhos. Usando tecnologias modernas e uma linguagem diferenciada, a plataforma promete ser a grande notícia de 2022.

Quem é ele?

Luís Fernando Bovo tem 51 anos e completa 30 anos de carreira na área da comunicação em 2022. É formado em Jornalismo pela PUC de Campinas, tem pós-graduação em Marketing pela FGV, MBA em Gestão e Marketing Digital pela ESPM, MBA em Gestão com Ênfase em Inovação pela FGV e Master de Jornalismo Digital pela ISE Business School.

Ele começou a carreira no Jornalismo ainda no terceiro ano de faculdade, em outubro de 1992, na Folha de São Paulo, em Campinas. Permaneceu no veículo até 2004, onde foi repórter, editor-assistente e editor. Desde 2004, atua no Estadão, onde foi editor-assistente, editor de Política do site e editor-executivo de conteúdos digitais, antes de migrar para a área de conteúdo customizado.

Como líder da estratégia digital, Bovo foi um dos responsáveis pelo lançamento de novos produtos, como os sites de cultura pop Emais e de esporte, o Fera, além do boletim de WhatsApp, que é distribuído três vezes por dia, entre outros tantos. Atualmente é responsável pela entrega dos projetos especiais, eventos, branded content e pelas unidades de marketing de conteúdo e agência de notícias do Estadão.



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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