Pesquisadores da Unisc elaboram manifesto para a reconstrução do Vale do Rio Pardo

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Professores e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional (PPGDR) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) elaboraram um manifesto para a reconstrução do Vale do Rio Pardo, bastante atingido pelas chuvas que têm ocorrido nos últimos dias. O documento apresenta dados das chuvas e propostas para enfrentamento da emergência climática e reconstrução de longo prazo na região.

O texto é assinado por todos os professores que integram o mestrado e doutorado em Desenvolvimento Regional. “O PPGDR igualmente tem contribuído, em parceria com instituições locais e regionais, através de ações de extensão e de pesquisa na elaboração de diagnósticos socioterritoriais e na avaliação de políticas públicas de desenvolvimento e planejamento territorial sustentáveis”, diz o texto.

Ao longo do manifesto, é colocado o histórico dos acontecimentos desde o dia 27 de abril, um sábado, quando o Vale do Rio Pardo foi atingido por forte granizo, seguido de tempestade e queda na temperatura de até 12 graus. “Nas cabeceiras dos rios que cortam a região, no Planalto Meridional e altos da Serra Geral, foram registrados picos de precipitação de até 540 milímetros. As chuvas contínuas no domingo, 28 de abril, ocasionaram, ao final do dia, primeiros pedidos de socorro à Defesa Civil, por famílias no meio rural, e foi emitido alerta para evacuação aos moradores do Bairro Várzea, em Santa Cruz do Sul.”

O material segue com relato de ocorrências, nos municípios da região, para contextualizar a proposta apresentada. A proposta de reconstrução, prevê uma primeira etapa de três anos com ações visando o restabelecimento do cotidiano pessoal e coletivo nas comunidades atingidas.

“Para a segunda etapa de reconstrução, até 2030, propomos uma visão de longo prazo com base no conceito de reconstruir melhor que antes. O objetivo deve ser a conjugação de esforços para ampliar a resiliência frente aos próximos choques, bem como ampliar a capacidade de infiltração e retenção de água na bacia hidrográfica.”

Clique aqui e confira o manifesto na íntegra

Saiba mais

O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional é interdisciplinar, integrado por docentes pesquisadores de várias áreas profissionais e se dedica a pesquisar e pensar soluções relacionadas ao desenvolvimento urbano e rural, à questão ambiental, às políticas públicas, à saúde coletiva e à comunicação voltada ao desenvolvimento. O Programa da Unisc é pioneiro no Brasil, completando em 2024, 30 anos de existência.

10 pontos propostos pelos pesquisadores

• Revisar e implementar de modo participativo e transparente os planos
diretores municipais, de planejamento urbano, de habitação e de
mobilidade, contemplando todo o território municipal (áreas urbanas e
rurais), em consonância com o planejamento da bacia hidrográfica.

  • Atualizar e implementar os planos diretores de modo a coibir a expansão
    urbana e a ocupação e uso residencial, industrial e comercial em áreas
    de risco geológico, áreas inundáveis e em áreas de preservação
    permanente.
  • Regulamentar requisitos para edificações e ocupações presentes e
    futuras adaptadas às ameaças climáticas, exigindo a comprovação que
    os projetos estejam comprometidos com a mitigação dos efeitos das
    mudanças climáticas.
  • Aperfeiçoar, local e regionalmente, os sistemas de informação, em
    parcerias entre municípios, instituições regionais e universidades, sobre
    cenários presentes e futuros, influenciados pelos efeitos das mudanças
    climáticas.
  • Construir e implementar de modo representativo, participativo e
    transparente planos municipais e regional de emergência climática.
  • Priorização das organizações gaúchas de pesquisa e extensão na
    contratação de serviços de consultoria e planejamento, contribuindo para
    o empoderamento da capacidade de planejamento no interior do estado.
  • Prioridade para investimentos em projetos de soluções baseadas na
    natureza.
  • Priorizar intervenções estratégicas que (acumulem e contenham)
    retenham volumes excessivos de água nas cabeceiras.
  • Operacionalizar o Novo Código Florestal em parceria com os proprietários
    de imóveis rurais para construção e execução dos Programas de
    Regularização Ambiental (PAR) individuais.
  • Instituir o inventário anual das emissões de gases de efeito estufa por
    município como indicador para a gestão da qualidade ambiental.

Fonte: AI Unisc

    

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