Os moradores da Capital Nacional do Chimarrão farão circular na economia local, até o fim deste ano, aproximadamente R$ 3,4 bilhões, conforme a projeção feita pela IPC Marketing Editora, empresa de São Paulo responsável pelo IPC Maps, pesquisa que analisa o poder de consumo das cidades brasileiras. Na comparação com 2024, quando a projeção foi de R$ 3 bilhões, o incremento é de 12%.
O levantamento mostra ainda que o consumo rural terá incremento percentual maior do que o urbano. Os que residem no interior serão responsáveis por fazer circular quase R$ 954 milhões — 14% a mais do que os R$ 820 milhões de 2024 —, enquanto as pessoas que moram na área urbana contribuirão com R$ 2,46 bilhões, percentual 11,1% além dos R$ 2,18 bilhões do ano passado.
Quem mora na área urbana terá, em média, R$ 51,4 mil para gastar ao longo de 2025. São R$ 2 mil (mais 4%) de majoração em relação a 2024, quando a média era de R$ 49,4 mil. Já quem reside no interior terá R$ 41,3 mil, em média, para gastar. Quando comparado com o ano anterior (R$ 30,9 mil de média), são quase R$ 10,4 mil (elevação de 25%) a mais à disposição de quem mora na área rural.
Os novos números do IPC Maps mostram que a Capital do Chimarrão se consolidou no grupo das 30 maiores economias do Rio Grande do Sul, já que manteve justamente a 30ª colocação no ranking estadual, com IPC Maps (Share de Consumo) 0,04192. No cenário nacional, Venâncio Aires ganhou oito posições: saiu do 374º para o 366º lugar.
DESPESAS
As despesas com habitação serão as maiores dos venâncio-airenses. O montante total deste item é de R$ 610,4 milhões. Na sequência, aparecem os gastos com veículo próprio, que somam R$ 302,1 milhões, e a alimentação no domicílio, com R$ 217,6 milhões. As classes B e C serão responsáveis por fazer circular o maior volume de recursos, com R$ 1 bilhão e R$ 971,3 milhões, respectivamente. A classe A terá poder de consumo de R$ 315,7 milhões, enquanto as classes D e E farão circular R$ 145,3 milhões na economia.

ENTREVISTA
A redação integrada da Folha do Mate e Terra FM analisou os dados referentes a Venâncio Aires e encaminhou alguns questionamentos ao responsável pelo estudo IPC Maps, Marcos Pazzini. Confira as considerações.
De 2024 para 2025, a estimativa é de mais 3.568 moradores urbanos e menos 3.433 moradores rurais. Isso configura êxodo ou é um movimento natural? Os mais 1.481 domicílios urbanos e menos 1.383 moradores rurais são reflexos disso?
Não é êxodo, mas urbanização da região, com melhores condições de moradia, como rua pavimentada, água e esgoto, por exemplo. E isso tem um reflexo, sim.
Temos estimativa de mais 91 empresas ao fim de 2025. Há crescimento da indústria (+2) e dos serviços (+203), ao mesmo tempo em que há queda no comércio (-111) e agribusiness (-3). Há alguma consideração importante acerca desses números, principalmente sobre o crescimento dos serviços e queda do comércio?
O setor de serviços normalmente é o que mais cresce, pois exige um capital menor para abertura da empresa e é onde se concentra a maior parte das MEIs. A indústria tem participação importante, mas o crescimento anual é menor que o setor de serviços. O setor de comércio vem enfrentando quedas de quantidade de empresas desde a pandemia: foi o que mais sentiu os impactos de empresas fechadas e do ‘fique em casa’. Empresas de agribusiness têm pouca expressão no cenário empresarial e normalmente as variações anuais são pequenas.
Sobre o consumo per capita, temos incremento de 4% (+ R$ 2 mil por ano) para o urbano e de 25% (+ R$ 10,3 mil por ano) para o rural. Se os moradores rurais estão tendo um aumento significativo no poder de consumo, por que temos a redução da população do campo?
Áreas rurais não são necessariamente áreas de vocação rural, ou seja, áreas rurais de municípios compreendem também áreas de periferia, onde a Prefeitura não entrega serviços básicos de infraestrutura. O crescimento dos valores de consumo per capita dessa aérea tem mais a ver com a diminuição do desemprego e aumento de empregos com carteira assinada.
Em relação à soma dos consumos urbano e rural, a estimativa de incremento de 2024 para 2025 é de 12%. O que se pode fazer de análise em relação a esse índice? E de que forma a inflação pode ‘corroer’ esse percentual?
Esse é o crescimento nominal, que engloba a inflação. A média nacional de crescimento nominal será de 11,4%, enquanto a média do Rio Grande do Sul será igual a 9,8%. Portanto, essa região teve crescimento acima da média nacional, o que é positivo para o consumo, que terá valores superiores ao que girou em 2024.