Um relacionamento abusivo e cheio de cobranças foi o que motivou uma mulher a solicitar as medidas protetivas por violência doméstica de urgência para impedir que um homem continuasse a lhe importunar. A vítima, que não será identificada, é uma das 380 que registrou o caso na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e está entre as 313 cadastradas para receber os atendimentos da Patrulha Maria da Penha.
Ontem à tarde, esta mulher recebeu o atendimento da Patrulha. A exemplo de muitas outras vítimas de violência doméstica, esta também teve dificuldades para romper o relacionamento e seguir sua vida. Ela declarou à soldado Catiélle Faller que se relacionava com o homem, mas que se viam principalmente aos finais de semana, mas não moravam juntos e também não aceitou se casar com ele. “Por várias vezes tentei terminar tudo, mas ele não aceitou”.
A vítima se sentia vigiada e mesmo tentando romper o relacionamento, tinha que dar explicações ao indivíduo, que parecia a estar vigiando, à distância. “Ele já foi notificado e agora precisa saber que se continuar importunando a mulher, estará descumprindo a determinação judicial e isso dá cadeia”, explicou a soldado Faller, que atua na Patrulha.
Esta mulher atendida ontem à tarde entra na relação das vítimas que solicitaram as medidas protetivas por violência doméstica, foram localizadas e aceitaram seguir sendo assistidas pela Patrulha. De acordo com a soldado Faller, das 313 medidas deferidas este ano, 129 mulheres não foram localizadas nos endereços informados e 82 negaram atendimento. Sobre as 129, a soldado Faller observa que, na maioria, não estavam em casa por diversos motivos, na maioria por estarem trabalhando e serão visitas em outra oportunidade.
Ainda referente as 313 mulheres cadastradas, 12 reataram o relacionamento e apenas 18 ainda não foram visitadas. Uma dica importante da soldado Faller se refere aos descumprimentos. “Se a mulher estiver em casa, por exemplo, e ver o homem parado ou passando em frente a sua casa, feche tudo e ligue imediatamente para a Brigada Militar. Mas se ele entrar em contato pelo celular ou de outra maneira e for possível, vá até a DPPA e comunique o descumprimento. O homem tem que saber que precisa respeitar a determinação judicial”.
Conforme estatísticas da Polícia Civil, das 380 medidas protetivas por violência doméstica solicitadas este ano, houve 75 descumprimentos, sendo que alguns dos denunciados acabaram presos em flagrante e encaminhados à Penitenciária Estadual de Venâncio Aires.
1670 – é o número de atendimentos feitos pela Patrulha Maria da Penha desde que ela foi criada em Venâncio Aires, no ano de 2014. Este ano, até o mês de novembro, 313 mulheres tiveram as medidas protetivas deferidas e foram cadastradas para receber os atendimentos da Patrulha. Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, este ano, foram solicitadas 380 medidas protetivas de urgência e houve 74 descumprimentos.