Nos últimos meses, o preço médio dos 38 itens da lista de compras, pesquisada mensalmente pela Folha do Mate, tem apresentado pouca variação, com certa estabilidade nos valores. E, no início deste mês, pelo segundo vez consecutiva, a lista apresenta queda no valor médio. De fevereiro para março – considerado o mesmo período -, a lista teve queda de 0,97% no preço médio, passando de R$ 432,79 para R$ 428,62.
Dos 38 itens pesquisados, 13 tiveram queda no preço, 13 sofreram aumento e 12 permaneceram iguais. Os produtos que permaneceram com o mesmo valor de um mês para outro são, em sua maioria, itens básicos como arroz, feijão e pão e carnes. Entre as quedas mais significativas em março está o preço médio do quilo da batata inglesa, que passou de R$ 5,05 para R$ 3,82, o que corresponde a 32,19%. Já no acréscimo, se destaca a média do quilo da cenoura, com aumento de 47,33%, passando de R$ 4,12 para R$ 6,07.
CONSUMIDOR
A agricultora Isalete Teresinha Reichert Lord, moradora de Estância São José, diz que tem notado a estabilidade dos preços. Como tem muitos itens produzidos em casa, como ovos, verduras, legumes e carnes, no mercado aproveita para comprar itens de higiene, limpeza e básicos para o dia a dia, como arroz, feijão, farinha e açúcar, entre outros. “Normalmente, duas vezes por mês viemos para a cidade e aproveitamos para comprar o que precisa”, comenta.
Foto: Isalete
Crédito: Cassiane Rodrigues
Legenda: Isalete notou estabilidade dos preços nos últimos meses
(((secundária)))
Com baixa na produção, preço da dúzia de ovos aumenta
O valor médio da dúzia de ovos também apresenta variação significativa neste mês. Em fevereiro, a bandeja com 12 ovos brancos custava, em média, R$ 8,92, já em março está R$ 11,19. O acréscimo corresponde a 25,44%. A alta dos preços se dá pela baixa produção de ovos nesta época, algo comum todos os anos, mas também em virtude do aumento dos insumos utilizados pelos produtores rurais.
O chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin, explica que o aumento do preço do ovo é reflexo do aumento dos insumos, principalmente, já que o milho, trigo, soja, que são componentes básicos da ração, estão em alta no mercado. “Os produtores precisam cobrar mais para que esse produto compense. Muitos até deixaram de produzir por achar inviável”, diz.
O aumento das exportações para os países árabes desde o ano passado, que seguiu em 2023, também é um fator elencado por Fin. Ele afirma que muitas empresas que estão habilitadas a exportar escolhem isso pela maior rentabilidade. “Isso também contribui para a redução da oferta”, diz. No caso dos ovos coloniais, há uma baixa na produção nesta época devido aos dias ficarem mais curtos. “A galinha precisa de 12 a 14 horas de luz na retina. Se fica escuro, ela dorme e, com isso, não produz”, observa.