As fortes chuvas que causam enchentes, alagamentos e diversos prejuízos em todo o Rio Grande do Sul também atingem Mato Leitão. O prefeito Carlos Bohn confirmou que um decreto de situação de emergência será emitido ainda nesta quinta-feira, 2 de maio. O município registrou bloqueios de estradas em diversos pontos, com destaque para Linha Conceição, Duque de Caxias, Vila Santo Antônio, Vila Arroio Bonito, Vila Sampaio e o Acesso Rodolpho Stöhr.
Em Vila Sampaio, duas pontes que fazem divisa com o município de Cruzeiro do Sul e são utilizadas por moradores da região do Vale do Sampaio foram destruídas pela força das águas do arroio Sampaio. Uma delas é conhecida como Ponte de Ferro e a outra como ponte do Passo Fundo, em Sampaio Baixo.
Além disso, a sede da Assoessa foi fortemente atingida pela cheia do arroio. A entidade que completa 65 anos de fundação hoje teve prejuízos no ginásio e na cancha de bocha. Uma parede da sede social tombou em razão da correnteza e o alambrado do campo foi praticamente todo destruído.
Situação preocupante
De acordo com Bohn, na manhã desta quinta ocorre uma reunião com o coordenador da Defesa Civil Municipal, Gilberto Pfeifer, e representantes das secretarias municipais de Obras, Viação e Trânsito e de Agricultura e Meio Ambiente e do escritório municipal da Emater. O município também contabiliza prejuízos na agricultura, especialmente nas culturas do milho, soja e aipim.
“É uma situação muito preocupante. Normalmente não somos tão atingidos por enxurradas, mas desta vez foi totalmente atípico. São prejuízos enormes”, avalia o chefe do Executivo da Cidade das Orquídeas. Relato de morador da região central de Vila Sampaio dá conta que entre as 7h da segunda-feira, 29 de abril, e a manhã de hoje choveu 390 milímetros na localidade.
Outra moradora da localidade relata a situação de pânico com a situação do arroio Sampaio. “Desde que moramos aqui nunca vimos uma coisa dessas. Foi horrível. Parecia um mar no meio da nossa lavoura. Não se sabia onde era o arroio, o potreiro e a plantação. Depois, quando a água baixou, não tinha mais quase nada de árvores e de vegetação”, relata a agricultora Lúcia Maria Winck Nyeland, que mora em Vila Sampaio com a família há 27 anos.
O coordenador da Defesa Civil orienta que as pessoas não se desloquem até os pontos com problemas de alagamentos para evitar acidentes.