Dois cruzamentos têm gerado transtornos no Centro de Venâncio Aires. Prefeitura pontua que pavimentações geraram maior fluxo.
A população venâncio-airense tem se acostumado a ler notícias como ‘acidente de trânsito é registrado no Centro’ ou semelhantes. Nas últimas semanas, diversos foram os casos de colisões, em especial entre carros e motos, em dois cruzamentos: Osvaldo Aranha com 7 de Setembro e Avenida Ruperti Filho com rua General Osório. A sequência causa medo na comunidade, que pede mudanças e alternativas para reduzir os riscos.
Por conta disso, a Prefeitura de Venâncio Aires realiza, com frequência, levantamentos técnicos nos principais cruzamentos da cidade. Desta vez, conforme o secretário municipal de Governança e Gestão, Tiago Quintana, o foco da análise está nos dois pontos críticos citados, que tiveram aumento de fluxo de veículos em decorrência de pavimentações.

Entre as alternativas, Quintana cita sinaleiras, controladores eletrônicos de velocidade e, principalmente, faixas elevadas – estas que têm menor custo e são mais facilmente implementadas. “No caso da 7 de Setembro com a Osvaldo Aranha, uma faixa elevada já deve resolver a maioria dos acidentes, porque não está dando tempo de os carros cruzarem por conta da velocidade de quem desce a Osvaldo Aranha”, explica.
Prefeitura pede conscientização
Contudo, o secretário reitera que os cruzamentos contam com esquinas sinalizadas, placas de ‘pare’, faixas de pedestres e pinturas no asfalto para controle do tráfego, “mas, mesmo assim, tem acontecido estes acidentes e atropelamentos”.
Segundo ele, estes casos pontuais ocorrem após as obras de pavimentações, que melhoraram a mobilidade no Centro da cidade, mas que também direcionaram o trânsito para determinados pontos. Além disso, o trecho da Avenida Ruperti Filho, entre a General Osório e a 7 de Setembro, está em processo licitatório para ser pavimentado, o que requer ainda maior atenção para o local.
Outras demandas projetadas pela Prefeitura
Uma lombada eletrônica deve ser instalada na rua Emílio Selbach, trecho que também foi pavimentado recentemente entre as ruas 15 de Novembro e Jacob Becker. Quintana afirma que este projeto é um aditivo ao contrato da responsável pela obra e a tendência é que a empresa assine o contrato em breve para dar continuidade à implementação. “É a mesma que instalou na 7 de Setembro, Armando Ruschel e General Osório”, destaca.
Relembre as alternativas apresentadas pela Prefeitura
• Ainda em abril, diversas ações foram projetadas pela Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Civil com o objetivo de melhorar o trânsito de Venâncio Aires.
• Na rua Emílio Selbach deve ser instalada uma lombada eletrônica. Na mesma via, só que no cruzamento com a rua Voluntários da Pátria, a intenção é instalar um semáforo.
• O cruzamento da rua Tiradentes com a 15 de Novembro deve ganhar uma sinaleira.
• Na Avenida Ruperti Filho com General Osório a tendência também é implementar uma sinaleira.
Saiba mais
1 O trabalho de pavimentação asfáltica em 11 quadras da rua 7 de Setembro, ligando o Centro ao bairro São Francisco Xavier, foi concluído nas últimas semanas. O trecho vai da rua Osvaldo Aranha até a rua Cândido de Moura, totalizando 1,3 quilômetro. A empresa Avantte foi a responsável pela obra, que custou R$ 3,3 milhões.
2 Será conhecida no dia 30 de junho a empresa responsável por executar a próxima etapa de pavimentação na Avenida Ruperti Filho. O edital do pregão eletrônico contempla o trecho entre as ruas General Osório e 7 de Setembro, com 246 metros de extensão.
3 A obra inclui remanejo da rede de água, drenagem, reperfilagem da via, aplicação de camada asfáltica, sinalização viária e serviços complementares. O investimento previsto é de até R$ 726.016,49, sendo R$ 481.104,00 provenientes de emenda parlamentar do deputado federal Afonso Motta (PDT) e o restante de recursos próprios do Município.
“Praticamente um ou dois acidentes por semana”
Por Juan Grings
Valírio Renz, de 58 anos, conhece bem a perigosa realidade no cruzamento entre as ruas 7 de Setembro e Osvaldo Aranha. Além de ser funcionário na Agropecuária Kolonie Haus, que fica a poucos metros da esquina, ele também já foi vítima da imprudência de motoristas justamente naquele ponto.
Em março, quando conduzia seu veículo pela Osvaldo Aranha, em uma manhã de domingo que parecia tranquila, ele foi surpreendido por um carro que atravessou a sua frente, indo em direção ao bairro São Francisco Xavier. “Ele falou que era de fora do município e que faltou atenção. Disse que não viu a placa ‘pare’. Se eu não freasse rápido, teria batido naquele poste da Benoit”, relembra.

A colisão, felizmente, não deixou ferimentos muito graves, mas gerou uma preocupação que mudou a forma com que Renz dirige. “Eu já penso bem diferente. Já estou agora dirigindo com mais calma, já fico prestando mais atenção. Até na sinaleira, mesmo com o sinal aberto, tem que cuidar”, comenta.
Recorrência
“Eu nem coloco mais o meu carro naquela esquina. Sexta-feira [da semana passada] eu tinha colocado de manhã e depois tirei. Ainda bem, porque de tarde teve outro acidente ali”, afirma o comerciante. A recorrência de colisões no cruzamento, de fato, assusta. Além de Renz, outros trabalhadores da região foram ouvidos e concordaram que o aumento tão expressivo no número de acidentes é um fenômeno recente.
Embora a grande mudança dos últimos meses tenha sido o capeamento asfáltico da 7 de Setembro – justamente no trecho que inicia na rua Osvaldo Aranha –, eles não entendem que o principal ‘culpado’ é o asfalto. “Eu acho que as pessoas estão com bastante pressa. Querem chegar no lugar, no trabalho e não veem as dificuldades que podem ter em caso de um acidente. A gente fica muito preocupado, porque depois dessa vez que deu comigo, já houve outros vários. Praticamente um ou dois acidentes por semana”, garante.