
Movimento nos estandes foi intenso, especialmente no domingo
Por Caco Villanova e Juliana Bencke
A vitrine da Festa Nacional do Chimarrão continua sendo um grande atrativo de público, não só para quem aproveitou o fim de semana ensolarado para passear, mas também quem prospectava negócios. Nos estandes do Ginásio de Exposições e área externa do parque, o movimento foi contínuo. A grande maioria, famílias curiosas e interessadas em produtos e serviços específicos, buscava informações e aproveitava as promoções oferecidas pelos expositores. Em meio a esse público, circularam empresários, representantes comerciais, vendedores e consultores interessados em negociar.
No estande da Tiger Equipamentos Comerciais, conforme seu proprietário Rogério Mallmann, 80% dos visitantes com quem conversou eram de fora do município. Ele elogiou o público que circulou pelo Parque no domingo, 4, não que isso tivesse resultado direto nos negócios. “O melhor dia de público, não quer dizer mais negócios fechados”, complementou o representante comercial da empresa de refrigeração, Quelvin Henkes. Segundo ele, sexta-feira, 2, sim, foi importante. O segundo dia da festa terminou com projeção de venda em aproximadamente R$ 150 mil para o empreendimento de Venâncio Aires. Somente um empresário de Lajeado, observou Mallmann, demonstrou interesse em adquirir 20 visa coolers cervejeiros.

No primeiro fim de semana, Tiger prospecta vendas em torno de R$ 150 mil (Foto: Caco Villanova)
Mas não foi só da venda que Mallmann tratou durante a festa. Pelo menos duas pessoas demonstraram interesse em representar a empresa. Um, com experiência no ramo, se ofereceu para abrir mercado em outras regiões. Um segundo, comerciante de Santana do Livramento, abriu negociação para revender produtos Tiger em sua loja.
A empresa atua há mais de 20 anos no mercado, sendo oito sob a direção exclusiva de Mallmann. Produz equipamentos comerciais e industriais sob medida, como balcões refrigerados (autoatendimento) para açougues e mercados, geladeiras, visa coolers, chopeiras, bifês/self services e gôndolas para fruteiras, além de projetos exclusivos e personalizados, conforme necessidade e gosto do cliente.
40 anos na Fenachim
No dia da abertura da 17ª Fenachim, na quinta-feira, a Venax Eletrodomésticos completou 40 anos sob o comando a família Bergamaschi, um orgulho para a diretora Fabiana. “Meu pai tem uma história incrível, de muito trabalho e, não por coincidência, colocou a fundação da Venax em 1º de maio de 1985”, disse em entrevista no programa Terra em Um Hora, apresentada pelos jornalistas da Terra FM, Carlos Roberto de Oliveira e Débora Kist.

Venax traz novidades para a Fenachim, para marcar os 40 anos (Foto: Caco Villanova)
Nesta Fenachim, e para marcar os 40 anos, a Venax vem com uma nova linha de cervejeiras e adegas, fogões a lenha com chapa de vidro, churrasqueira de jardim e rotativas e cooktops de indução (fogões elétricos), entre outros produtos da marca. “Temos várias novidades agregando nosso mix”, disse, convidando o público a visitar o estande da empresa no Ginásio de Exposições.
Após sucesso nos primeiros dias, expectativa pela próxima etapa
Com um estande localizado bem na entrada do Ginásio de Exposições, a Schneider Estofados aproveita o evento para divulgar a empresa, que tem 15 anos de história e trabalha com estofados sob medida e produtos personalizados. A avaliação da primeira etapa da Fenachim é muito positiva, conforme as sócias-proprietárias Camila e Aline Schneider. “Já teve mãe que saiu com uma poltrona de presente garantido”, conta Camila.

Camila e Aline, da Schneider Estofados, comemoram bons resultados na feira comercial (Foto: Juliana Bencke)
A expectativa é grande para o próximo fim de semana, por conta do Dia das Mães e especialmente para o domingo, 11, quando a entrada será gratuita até as 15h. “Percebemos que os dias de ingresso grátis contribuem muito para ter mais público no evento. A quinta-feira foi um sucesso. É algo interessante para ser ampliado nas próximas edições”, observa Aline.
De modo geral, as irmãs destacam a organização da feira como muito positiva. Na visão das empresárias, participar da Fenachim é uma forma de mostrar a importância da indústria de Venâncio Aires. “É uma forma de valorizar as empresas locais, afinal, somos uma indústria local e toda a mão de obra é daqui”, salienta Camila.
Movimento positivo também para artesãos e agricultura familiar
No Pavilhão do Artesanato, localizado ao lado do Ginásio de Exposições, o sentimento também é de satisfação com os primeiros dias da 17ª Fenachim. No local, 64 artesãos comercializam produtos variados, incluindo artigos em madeira, couro, crochê, tricô, cerâmica, biscuit e cuias.
Lúcia Elaine Santiago Silva, 63 anos, é uma delas. Integrante do Programa Municipal do Artesanato, a moradora do bairro Aviação confecciona peças de tricô e crochê, como tapetes, jogos de banheiro e xales, além de lembranças de Venâncio Aires, com pequenos porongos. “Temos itens a partir de R$ 5”, enfatiza.
No fim da tarde de domingo, 4, entre uma venda e outra, aproveitava para tricotar mais sapatinhos de bebê, já que o estoque havia terminado. “Está ótimo. Foi uma arrancada maravilhosa, com bastante público e muitos visitantes de outras cidades”, avalia.
Para dar conta do movimento, ela conta com a ajuda da prima Adriana Joras Machado, 54 anos. Quando um colega de outro estande precisa, elas também dão um ‘socorro’ para atender os clientes. “Todos estão aqui para se ajudar”, define Adriana.

Movimento surpreendeu a artesã Lúcia, que precisou tricotar mais sapatinhos de bebê, no domingo (Foto: Juliana Bencke)
Do plantio às feiras
No pavilhão da Agricultura familiar, um dos estandes que chamou atenção do público foi o da Cachaçaria Possamai, de Imigrante. Com apenas três anos de atividade, já desfila com uma respeitada linha de bebidas destiladas. São cachaças e licores à base de cachaça à venda em garrafas de 60 ml a 750 ml. Ou, para quem preferir, em barris personalizados.

Segundo Alex Possamai, cuja expertise adquiriu no setor cervejeiro, a ideia de criar uma agroindústria familiar no ramo dos destilados teve aprovação imediata do pai, que cedeu parte das terras, em Linha Rosenthal, para o plantio da cana. Os três irmãos ajudam na empresa, alguns se revezando nas feiras, que garantem 90% das vendas da empresa.
Para estrear na Fenachim, a família trouxe licores de jambo, flor típica da região Norte do Brasil com propriedades anestésica e um dos sucessos de venda da marca e da festa, já que todas as garrafas foram comercializadas. Também apresenta cachaças da linha Premium, envelhecidas em barris de louro, carvalho e amburana por um ano.
Para o coordenador do pavilhão, o chefe da Emater de Venâncio Aires, Vicente Fin, os melhores dias foram quinta-feira, 1º, e domingo, 4. Ele acredita que as vendas ultrapassarão a barreira dos R$ 620 mil, atingida na Fenachim de 2022. “Chegando ao mesmo valor, temos que considerar positivo frente ao momento econômico.” Com relação aos produtos, considera diversificados e de qualidade, com novidades para os licores de frutas, artesanato em lã, embutidos de búfalos e derivados de amendoim, novidades na festa. Destaca ainda, a presença permanente das cinco entidades que integram a organização: Emater, Secretaria da Agricultura, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova).