Projeto da Unisc estuda uso de resíduos da indústria para aplicações na construção civil e na tecnologia ambiental

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Desde o começo do ano, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) desenvolve o Projeto Sustentabilidade em Prática: Extensão para a Revalorização de Resíduos Industriais com Enfoque na Integração Universidade-Indústria-Escola. A proposta, coordenada pelas professoras do Departamento de Engenharias, Arquitetura e Computação, Camila Crauss e Adriane de Assis Lawisch Rodriguez, com auxílio da bolsista e estudante do Curso de Engenharia Civil, Samara Schreiber, tem como objetivo a revalorização de resíduos da indústria para aplicações na construção civil e na tecnologia ambiental.

Por enquanto, a iniciativa tem a parceria com a empresa Faires, de Venâncio Aires, que repassa areia de fundição – utilizada para fazer molde para panela de ferro, por exemplo – e que pode ser utilizada para testagem na argamassa de revestimento, e para cobrir paredes; também na argamassa de contrapiso, usada para colocar embaixo do piso; e na cerâmica, para fabricação de tijolos.

A professora Camila explica que um grupo de pesquisa já trabalha, há bastante tempo, com construção civil e tecnologia ambiental. “Fiz o doutorado aqui na Unisc, em Tecnologia Ambiental, e esse grupo já vem trabalhando com isso. Temos vários trabalhos de conclusão de curso em construção civil, trabalhando com material de construção. Temos também em tecnologia ambiental, para a parte de recuperação de solos, recuperação de água residuária. São várias aplicações e a ideia é juntar isso com a extensão universitária, buscando os resíduos da indústria da região e tentar aplicar nas áreas de tecnologia ambiental e na construção civil”, comenta.

Para além do descarte correto, o uso sustentável

Mesmo antes do projeto em parceria com a Unisc, a Faires já realizava o descarte correto para o resíduo utilizado nos processos de fundição. Com a pesquisa, entretanto, a ideia é pensar na sustentabilidade e reaproveitar o produto que iria para o ‘lixo’, fazendo com que ele tenha ainda utilidade. “É para diminuir o processo. Temos a questão da sustentabilidade, diminuir o processo térmico, principalmente, porque tem que aquecer, tem que queimar combustível, tem que usar eletricidade. Então, a ideia é usar o máximo do produto. Se precisar de algum tratamento prévio, vamos testar também”, observa a professora Camila Crauss.

O retorno para a empresa é o conhecimento das possibilidades de utilização do resíduo que iria para o descarte. Por meio do projeto, é entregue um relatório explicando no que o material foi testado e no que ele pode ser utilizado, com um destino sustentável. A professora explica que este tipo de material, quando descartado incorretamente, contamina a água e o solo. “Se tiver resíduo orgânico, por exemplo, pode ser fonte de vetor, pode ocorrer criação de mosquito, larvas e pode criar um ambiente propício para proliferação do vetor. E mesmo que seja um descarte regular precisamos de um espaço adequado para isso.”

Pó de tabaco

Entre as próximas etapas do projeto está o objetivo de trabalhar com pó de tabaco. Ele será testado em uma técnica ambiental, como por exemplo, o biochar, um produto sólido rico em carbono, obtido através da pirólise de biomassa (aquecimento a altas temperaturas na ausência de oxigênio). É usado para sequestrar carbono, melhorar a fertilidade do solo e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Um incentivo para novos cientistas

Outro objetivo do projeto é envolver alunos de Ensino Médio na pesquisa, aproximando-os da universidade e da pesquisa. “Com as escolas queremos promover essa cultura de sustentabilidade, trazer os estudantes para dentro da Unisc, para eles acompanharem esse tipo de ensaio, terem essa visão de pegar um resíduo, uma coisa que iria fora, e aplicar na construção civil, por exemplo.”

Camila reforça o quanto a iniciativa também contribui para a formação de novos cientistas. “Tanto com estudantes da graduação como do Ensino Médio estamos despertando a visão do cientista. É um ponto fundamental do projeto. O segundo é a realização da pesquisa científica, a transformação do produto. E a outra é o impacto na sociedade, entregando algo sustentável. São três dimensões diferentes.”

Fonte: Assessoria de Imprensa da Unisc



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