Está repercutindo o pronunciamento que o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto fez, se referindo ao que disse o autor de um feminicídio, praticado na madrugada da segunda-feira, 25, no interior de Venâncio Aires. Arlei Giovane da Rosa Dornelles, de 42 anos, responde pela morte da sua ex-companheira, Elisane Schneider Noll, de 55 anos, e ferimentos em Jorge André Franco, de 32 anos, genro da vítima.
Dornelles foi preso em flagrante logo depois do crime e está recolhido na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). Durante a audiência de custódia, revelou o representante do Ministério Público, Dornelles disse que a Justiça só ouvia as mulheres, que os homens eram ignorados e que o que ele fez foi coisa de ‘homens de bem’.
O promotor refere que o feminicida desrespeitou medida de proteção que o obrigava a ficar longe da vitima, e matou sua ex-mulher com dois tiros, além de balear um genro da vitima que intercedeu em seu socorro. “E tive de ouvi-lo dizer, cheio de orgulho, que a Justiça só ouvia as mulheres, que os homens eram ignorados e que o que ele fez foi coisa de ‘homens de bem'”.
Pedro Porto segue referindo que o feminicida profetizou que se as coisas continuassem assim nossos filhos e filhas teriam o mesmo destino de violência e, mesmo maculado pelo crime a que havia praticado, não perdeu a empáfia e não demonstrou nenhum arrependimento. “Isto me lembrou este deplorável discurso machista que vem se alastrando e que faz até mulheres caudatárias. Este discurso que se sustenta nos chamados ‘homens de bem’, mas que traveste as almas mais insensíveis e cruéis”.
Dornelles teve a prisão preventiva decretada e está recolhido na Peva, onde poderá permanecer até o seu julgamento, o que deve acontecer no próximo ano.
O delegado Paulo César Schirrmann o indiciou por feminicídio (pena de 12 a 30 anos, que pode ser aumentada de um terço a metade, pois a vítima possuía medidas protetivas), tentativa de homicídio e porte ilegal de arma.